Operação da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) apreendeu, no último sábado (20), 100 kg de carne bovina com suspeita de contaminação por tuberculose bovina.
A ação ocorreu no mercado municipal de carnes em Ibicaraí, no sul do estado, em parceria com a Vigilância Sanitária e a Polícia Militar.
Segundo informações da fiscalização, durante a vistoria em uma câmara fria destinada ao armazenamento de produtos cárneos, os agentes encontraram um corte bovino com lesões compatíveis com a doença, uma zoonose grave que pode ser transmitida aos seres humanos e que é causada pela bactéria Mycobacterium bovis.
A peça possivelmente contaminada estava misturada a outras que haviam passado por inspeção regular. De acordo com os fiscais da Adab, o material foi imediatamente retirado de circulação.
Em entrevista ao portal g1, a médica veterinária oficial da Adab, Lorena Silva, contou que a carne estava disponível para ser comercializada. “Ela não estava exposta ainda, ela seria comercializada no outro dia [sábado], que é um dia típico de feira lá no município”, detalhou.
O dono do produto não foi encontrado no local e, por isso, a ação foi direcionada ao responsável por fazer a manutenção logística e de higiene do espaço. Caso o proprietário estivesse presente, Lorena conta que ele seria conduzido à delegacia e indiciado por crime de saúde pública.
A Vigilância Sanitária alerta que a transmissão por tuberculose bovina pode ocorrer pelo consumo de carne contaminada mal cozida, leite cru não pasteurizado ou até pelo contato direto com animais ou carcaças infectadas. Assim, a infecção representa risco tanto para consumidores quanto para açougueiros e manipuladores de alimentos.
De acordo com o Ministério da Agricultura, a doença é de evolução silenciosa nos rebanhos, mas provoca lesões internas e pode levar o animal à morte em estágios avançados.
Estudo nacional indica que a prevalência da tuberculose bovina no Brasil varia de 0,16% a 9%, conforme a região e o sistema de criação. Entre 2014 e 2018, mais de 19 mil animais apresentaram lesões suspeitas em frigoríficos, com cerca de 3.900 carcaças totalmente inutilizadas.