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18 dias para a NBA: Atlanta Hawks se reforça e mira briga na parte de cima do Leste

Desde a temporada 2020/21 da NBA, quando o Atlanta Hawks chegou à final da Conferência Leste, foram 400 jogos: 201 vitórias e 199 derrotas. Foram cinco anos da equipe figurando no meio da classificação (e em várias estatísticas) em uma regularidade quase cômica. Nesse meio tempo, várias tentativas de montar um bom elenco ao lado de Trae Young, sem sucesso, em geral.

Mas este tempo parece ter ficado para trás. Após identificar grandes valores na última temporada, apesar da campanha novamente mediana, os Hawks fizeram grandes movimentos para qualificar o elenco e brigar na parte de cima da tabela. Com as possíveis quedas de qualidade de alguns dos rivais de conferência, as expectativas aumentam ainda mais.

Como foram os Hawks na última temporada

  • Campanha: 40 vitórias e 42 derrotas

  • Classificação: 8° lugar na Conferência Leste; derrotado no play-in pelo Orlando Magic e pelo Miami Heat

  • O que aconteceu: Os Hawks tiveram um início promissor, especialmente no mês de dezembro. A franquia rondou a zona de classificação direta aos playoffs, até conseguindo superar o sexto lugar em alguns momentos. Mas a partir de janeiro tudo degringolou. Jalen Johnson se lesionou, De’Andre Hunter foi trocado, e as derrotas ficaram mais frequentes que as vitórias. O fim do ano foi melancólico, mas com o sentimento de que o elenco pode render bem mais se estiver saudável.

O elenco dos Hawks para a temporada 2025/26

  • Escolhas de Draft: Asa Newell (ala-pivô, 23ª escolha)

  • Quem mais chegou: Luke Kennard (ala-armador, Memphis Grizzlies), Nickeil Alexander-Walker (ala-armador, Minnesota Timberwolves), Caleb Houstan (ala, Orlando Magic), Eli Ndiaye (pivô), N’Faly Dante (pivô, Houston Rockets) e Kristaps Porzingis (pivô, Boston Celtics)

  • Quem foi embora: Caris LeVert (ala-armador, Detroit Pistons), Terance Mann (ala-armador, Brooklyn Nets), Georges Niang (ala-pivô, Utah Jazz), Daeqwon Plowden (ala-pivô), Larry Nance Jr. (ala-pivô, Cleveland Cavaliers) e Clint Capela (pivô, Houston Rockets)

  • Provável time titular: Trae Young, Dyson Daniels, Zaccharie Risacher, Jalen Jonhson e Kristaps Porzingis

  • Reservas: Nikola Djurisic, Keaton Wallace (armadores), Nickeil Alexander-Walker, Luke Kennard, Vit Krejci (alas-armadores), Caleb Houstan (ala), Asa Newell, Mouhamed Gueye, Jacob Toppin (alas-pivôs), Onyeka Okongwu, N’Faly Dante e Eli Ndiaye (pivôs)

  • Técnico: Quin Snyder

O clima para a temporada

Se não foi o time que melhor se movimentou na offseason, os Hawks devem pelo menos chegar bem perto desse posto. A direção da franquia trabalhou bastante depois da eliminação no play-in para o Miami Heat para fortalecer o time e deixá-o em condição de dar um salto de qualidade no Leste, justamente para conseguir chegar aos playoffs sem mais precisar passar pelo play-in e com chances de até ir avançando de fase.

Primeiro chegou o ala-armador Nickeil Alexander-Walker, que veio do Minnesota Timberwolves em troca de duas escolhas futuras de segunda rodada do Draft — os Hawks se aproveitaram de uma trade exception para conseguirem viabilizar o negócio. O também ala-armador Luke Kennard, especialista em chutes de três pontos, assinou como agente livre. Mas a principal novidade atende pelo nome de Kristaps Porzingis. O ex-pivô do Boston Celtics foi adquirido em uma troca envolvendo três equipes.

Chegou muita gente boa, que tem capacidade de colaborar imediatamente e oferece variações táticas interessantes ao técnico Quin Snyder. O nível geral de talento dentro do elenco parece maior. A quantidade de peças confiáveis também. O desafio do treinador agora é descobrir a melhor maneira de encaixá-las. Alexander-Walker, por exemplo, deve até ser reserva em um primeiro momento, mas com quem vai dividir a quadra por mais tempo quando for colocado?

E há ainda outros dois fatores interessantes envolvendo quem já estava em Atlanta: a volta de Jalen Johnson, que parecia um all-star quando se machucou na temporada passada, e a expectativa pelo segundo ano do Risacher, que começou meio devagar como calouro, mas parece ter dado uma deslanchada na segunda metade do campeonato.

Abre aspas

“Um treino pode dizer muita coisa. Acho que você consegue ver como cada um dos jogadores ao redor é capaz de contribuir com o time. Leva um tempo para tudo se encaixar. Nós não jogamos contra nós mesmos durante o ano. Nós enfrentamos as outras 29 equipes, então teremos que nos testar contra esses adversários e ver o que acontece. Mas eu gosto do que temos aqui. Há jogadores realmente talentosos. Estou animado para ver o que conseguimos fazer neste ano. A energia está lá em cima. Estamos todos dentro de quadra competindo, correndo de um lado para o outro, jogando em um ritmo veloz, que é o que o treinador quer da gente. O ânimo geral está super alto.”

Foi isso o que disse Trae Young disse aos repórteres com quem conversou após o primeiro dia de treinos dos Hawks para a temporada 2025/26.

Uma esperança

Desde que chegou à NBA, Trae Young foi o alvo predileto dos ataques adversários. E não sem razão. O armador era, de fato, o elo mais fraco em praticamente todas as temporadas. E embora os números dos Hawks não tenham sido de destaque em 2024/25, o papel defensivo do armador mudou: Quin Snyder conseguiu montar um esquema ‘escondendo’ o astro, que passou a fazer parte das coberturas e ajudando a limitar as ações dos jogadores fora da bola.

Aliás, foi justamente com esse argumento que a franquia contratou o treinador em 2023 durante a temporada ainda em andamento, num tipo incomum de movimentação na NBA. Desde então, porém, os Hawks nunca tiveram uma boa defesa. Mas foi possível notar uma evolução em 2024/25.

As chegadas de Nickeil Alexander-Walker e Kristaps Porzingis também deverão gerar enorme impacto defensivo. Uma possível formação com Alexander-Walker e Dyson Daniels remete imediatamente aos ótimos momentos do Oklahoma City Thunder com Alex Caruso, Lu Dort e Cason Wallace nos playoffs da temporada passada. Já o pivô letão é um bom protetor de aro e sabe usar toda sua envergadura para enfrentar jogadores mais leves e rápidos.

E os versáteis Jalen Johnson e Zaccharie Risacher também têm muita capacidade de compor uma boa defesa, marcando praticamente todas as posições. Por fim, o calouro Asa Newell e seus 2,11m não podem ser descartados. Com regularidade e um pouco de tempo, a expectativa é ver os Hawks saltando várias posições entre as melhores defesas da liga.

Um medo

Kristaps Porzingis passou dois anos no Boston Celtics. No primeiro, disputou 57 partidas, o que definitivamente não é muito. No segundo, jogou ainda menos: 42 vezes. Existe aí um claro sinal de alerta em torno do pivô letão. Em condições normais, ele tem características que podem ser extremamente importantes para o que os Hawks pretendem. A grande dúvida é justamente saber quanto ele estará à disposição.

Vale notar que o atual contrato de Porzingis tem só mais um ano de duração, o que significa que ele não será um grande peso para o futuro dos Hawks caso volte a ser desfalque com frequência. Mas como os esforços do time na offseason foram feitos com o objetivo de tornar o grupo mais forte e mais competitivo no presente, o medo de não poder contar com o pivô é compreensível.

O cara

Não existe dúvida alguma de que os Hawks são o time de Trae Young. Além de ter sido o cestinha da equipe na temporada passada com média de 24,2 pontos por jogo, o armador distribuiu 11,6 assistências por partida, número que representa um recorde pessoal e que o colocou como líder de toda a NBA no fundamento.

Cabe apontar que o aproveitamento de 34% nas bolas de três pontos foi o pior da liga entre todos os jogadores que tentaram ao menos 500 arremessos de longa distância durante a última temporada. O número alto de assistências ajuda a mostrar que Young continua abrindo bastante espaço nas defesas adversárias a partir da atenção que demanda e aproveitando bem tais oportunidades. Mas não deixa de ser um ponto a se observar.

Com relação ao outro lado da quadra, seria um exagero absurdo dizer que Young virou um bom defensor ao longo do último ano. Mas é justo apontar que houve, sim, uma evolução em alguns momentos. Ainda que não tenha sido o bastante para fazê-lo deixar de ser um alvo para os ataques adversários, pelo menos ele conseguiu se encaixar melhor dentro de um sistema coletivo, de um jeito que não tinha mostrado tanto até então na NBA. Não chega a ser coincidência o fato de que foi a primeira vez desde a sua chegada à liga que os Hawks não ficam entre as dez piores defesas.

E fora da quadra Trae também mostrou o porquê é o cara da equipe. Ele teve atuação decisiva nas negociações por Nickeil Alexander-Walker e Luke Kennard, vendendo um projeto de time que irá longe nos playoffs e virando peça fundamental na qualificação do elenco.

Também vale a pena ficar de olho

Apenas 17 jogadores conseguiram média de duplo-duplo na temporada passada. Os Hawks tiveram dois deles: Trae Young e Jalen Johnson. O ala de 2,06m vinha na melhor temporada da carreira até a lesão no ombro: 18,9 pontos, 10 rebotes, 5 assistências, 1,6 roubos e 1 toco por jogo. Números que já o colocavam na conversa para se tornar um all-star pela primeira vez na carreira.

O aproveitamento do perímetro era baixo, de apenas 31%, mas na temporada anterior foi de 35%, o que mostrava muita margem de melhora. Seu retorno é fundamental para aliviar a pressão ofensiva sobre Trae Young, além de aprimorar a defesa.

E se por um lado a ausência de JJ quebrou o ritmo de Atlanta, por outro abriu espaço para Risacher desabrochar. Após um início claudicante, a primeira escolha do Draft de 2024 teve uma segunda metade de temporada com maior protagonismo nos dois lados da quadra. O destaque ocorreu em março, quando teve médias de 16,3 pontos (39% do perímetro) em 27 minutos por jogo.

Os Hawks precisam que mantenha o bom momento, principalmente nos chutes longos, abrindo espaço no ataque e facilitando a vida de Trae Young, cada vez mais um facilitador e menos um pontuador. Além disso, seus 2,03m permitem uma formação mais alta, priorizando também a superioridade física.

Grau de apelo para o telespectador – de 1 a 5

4 (alto) – Enquanto Trae Young estiver em quadra, sempre haverá motivo para esperar diversão. Na temporada passada, mesmo sem Jalen Johnson, esse time já foi legal de se ver. Agora, com um elenco que parece melhor, a tendência é que o grau de entretenimento também cresça.

Palpite para a temporada 2025/26 dos Hawks

No cenário mais otimista: todo mundo saudável, variações táticas eficientes ao longo do campeonato, boa evolução em relação ao ano anterior, classificação aos playoffs com mando de quadra na primeira rodada e, dependendo de como os cruzamentos se desenharem, talvez até um retorno à final do Leste.

No cenário mais pessimista: rotação errática, tropeços que impedem o time de deslanchar, mediocridade mais uma vez e, como consequência, volta a aparecer no play-in. O que pode até render uma das últimas vagas nos playoffs, mas alguns degraus abaixo das maiores forças do Leste.

Veja as análises de todos os times da NBA:

*Clique no escudo para ler. Será publicada uma análise por dia até 20/10, véspera da estreia da NBA.

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