O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira, 29, que mesmo se a tarifa dos EUA de 50% sobre produtos brasileiros entrar em vigor na próxima sexta-feira, 1º, há possibilidade de entendimento posterior com Washington. Em entrevista a jornalistas na sede da pasta, em Brasília, ele disse que a data não determina o fim do diálogo.
“Não sei se vai dar tempo [de negociar a reversão da tarifa] até dia 1º. Mas o que importa não é essa data fatídica”, afirmou o ministro, que se corrigiu logo depois. “Não é uma data fatídica”, concluiu, a respeito do 1º de agosto.
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Haddad afirmou que o governo brasileiro segue empenhado em buscar soluções junto aos Estados Unidos. Segundo ele, a tarifa de 50% “pode entrar em vigor e nós nos sentarmos e rapidamente concluirmos uma negociação”.


Tarifa do governo Trump vigora em 3 dias
A tarifa imposta pela Casa Branca está agendada para começar a valer em três dias. Apesar de gestos recentes do governo brasileiro, como a ida de senadores aos EUA e a participação do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, em evento em Nova York no último domingo, 27, as conversas não avançaram em direção a um acordo.
Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro da Indústria, relatou ter conversado em 19 de julho com o secretário de Comércio norte-americano, Howard Lutnick, mas não teve resultados concretos. Segundo Haddad, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, em reunião nesta segunda-feira 28, que a “relação histórica com os Estados Unidos” permite flexibilidade nas negociações.
Autoridades norte-americanas, por sua vez, reafirmaram a manutenção da tarifa. No domingo, tanto Howard Lutnick quanto Donald Trump reiteraram que não haverá adiamento. A medida vai aumentar os custos dos produtos brasileiros exportados aos EUA.