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20 dias para a NBA: Chicago Bulls prega paciência e mexe pouco no elenco para “mostrar crescimento”

Paciência parece ser a palavra de ordem da diretoria do Chicago Bulls para a temporada 2025/26 da NBA. A principal notícia da offseason foi a renovação do armador Josh Giddey, que vinha de um bom ano com a equipe e ficou sem contrato. Sem grandes mudanças no elenco, a ideia é continuar desenvolvendo esse grupo de jogadores para enxergar evolução ao longo dos próximos meses. Será que é isso o que veremos?

Como foram os Bulls na última temporada

  • Campanha: 39 vitórias e 43 derrotas

  • Classificação: 10° lugar na Conferência Leste; derrotado no play-in pelo Miami Heat

  • O que aconteceu: depois de terem passado muito tempo tentando, os Bulls finalmente conseguiram trocar Zach LaVine pouco antes da pausa para o All-Star Game. Sem ele, o controle do time ficou ainda mais nas mãos de Josh Giddey, que emplacou alguns triplos-duplos e teve atuações de destaque na reta final da campanha. Mas nada que tenha mudado drasticamente a situação de tabela. Os Bulls permaneceram na zona de play-in e acabaram sendo eliminados pelo Miami Heat antes de chegarem aos playoffs.

O elenco dos Bulls para a temporada 2025/26

  • Escolhas de Draft: Noa Essengue (ala-pivô, 12ª escolha) e Lachlan Olbrich (ala-pivô, 55ª escolha)

  • Quem mais chegou: Isaac Okoro (ala, Cleveland Cavaliers), Yuki Kawamura (armador, Memphis Grizzlies), Caleb Grill (ala-armador) e Wooga Poplar (ala-armador)

  • Quem foi embora: Lonzo Ball (armador, Cleveland Cavaliers), E.J Liddell (pivô, Brooklyn Nets), Talen Horton-Tucker (ala-armador, Fenerbahce/Turquia) e Jahmir Young (armador)

  • Provável time titular: Josh Giddey, Coby White, Matas Buzelis, Patrick Williams e Nikola Vucevic

  • Reservas: Tre Jones, Jevon Carter, Yuki Kawamura (armadores), Ayo Dosunmu, Caleb Grill, Wooga Poplar (alas-armadores), Isaac Okoro, Kevin Huerter, Dalen Terry (alas), Noa Essengue, Julian Phillips, Lachlan Olbrich, Emanuel Miller (alas-pivôs), Jalen Smith e Zach Collins (pivôs)

  • Técnico: Billy Donovan

O clima para a temporada

Para não dizer que o elenco é basicamente o mesmo da última temporada, Lonzo Ball foi mandado para o Cleveland Cavaliers em troca de Isaac Okoro. E Noa Essengue foi escolhido na 12ª posição do Draft. Fora isso, nada de muito significativo mudou. Nem Nikola Vucevic, que entra agora em seu último ano de contrato, foi para lugar algum.

A grande história da offseason aconteceu em torno de Josh Giddey, que era agente livre restrito. Foram meses de indefinição. Os Bulls pareciam pacientes em esperar, já que teriam o direito de cobrir qualquer oferta. O australiano, por sua vez, dizia não para as primeiras propostas e acreditava que podia ganhar mais dinheiro. A negociação se arrastou, mas chegou a um desfecho: Giddey assinou novo contrato no valor de US$ 100 milhões por quatro anos.

Mantida a base que terminou o último campeonato, a palavra de ordem em Chicago para esse grupo de jogadores parece ser “evolução”. É esse o discurso da diretoria: de que a meta é desenvolver quem já faz parte do elenco, apresentar resultados melhores e mostrar que existe uma base para a construção de um futuro realmente competitivo.

Abre aspas

“Nós precisamos ser pacientes. Nós temos que nos movimentar do jeito correto e não podemos pular etapas. A meta deste time para o próximo ano é mostrar crescimento. Temos de ser melhores ano após ano. Vimos algo animador na reta final da temporada passada, mas também vimos a maneira como jogamos e perdemos do Miami Heat no play-in. São lições a serem aprendidas.”

A declaração é de Arturas Karnisovas, executivo de basquete dos Bulls, sendo o mais claro possível sobre o que espera para esse time na temporada 2025/26.

Uma esperança

Se os Bulls apostam tanto na continuidade neste momento, então seria ótimo que alguns jogadores sobre os quais existe alguma expectativa demonstrem evolução. Seria o caso de Josh Giddey virar all-star, por exemplo. Ou Matas Buzelis, que vai para a segunda temporada da carreira, conseguir transformar os flashes de brilho que apareceram vez ou outra como calouro em algo constante. Ou ainda Noa Essengue, escolha de primeira rodada do Draft de 2025, mostrar que é capaz de colaborar em alto nível desde já.

Do ponto de vista coletivo, há um fator que desempenhou papel importantíssimo na boa fase que o time viveu na reta final da temporada passada: a defesa. Considerando apenas o que aconteceu após o All-Star Game, os Bulls ficaram em 10º lugar no ranking de eficiência defensiva, com média de 111,7 pontos sofridos a cada 100 posses de bola. Além disso, limitaram os oponentes a um aproveitamento de apenas 34,3% nas bolas de três — ficando atrás nesta estatística apenas dos 33,2% do Toronto Raptors.

A ressalva de que foram só 27 jogos disputados neste intervalo de tempo é pertinente, claro. Mas essa defesa promissora não deixa de ser um bom indício.

Um medo

Os Bulls parecem ter uma meta muito clara de serem melhores do que foram na temporada passada e irem apresentando evolução ano a ano. Mas dá para dizer que os números finais da campanha podem ficar em segundo plano, especialmente se aparecer alguma equipe no meio do caminho interessada em mandar uma escolha de Draft qualquer pelo contrato expirante de Nikola Vucevic. Nesse caso, seria uma queda em termos técnicos, mas a movimentação faria sentido pensando nas possibilidades para o futuro nem tão distante assim.

Terror, mesmo, para os Bulls seria terminar a temporada 2025/26 com a sensação de perda de tempo e de não saber direito para onde correr. Seria horrível, por exemplo, se Matas Buzelis seguir os passos de Patrick Williams e dar pinta de que é mais um jovem sem muito o que crescer tecnicamente.

Pior ainda seria se Josh Giddey não conseguir retomar o bom nível que mostrou nos seus grandes momentos durante a reta final da temporada passada. Essa aposta no australiano para comandar o sistema ofensivo do jeito que ele se sente mais confortável precisa dar certo.

O novo contrato assinado pode até não ser dos mais caros, mas não deixa de simbolizar uma confiança dos Bulls em Giddey como líder de algo maior no futuro – para, talvez, comandar um time que possa deixar de se contentar com play-in e mirar mais para o topo do Leste. Um retrocesso na experiência com o australiano seria uma catástrofe.

O cara

Apesar de não ter sido o cestinha, é perfeitamente compreensível que se aponte Josh Giddey como o principal jogador dos Bulls na última temporada. Em seu primeiro ano em Chicago, o armador registrou 14,6 pontos, 8,1 rebotes, 7,2 assistências e 1,2 roubo de bola por partida. Em toda a história da franquia, apenas um outro jogador terminou um campeonato com médias de pelo menos 14,0 pontos, 8,0 rebotes e 7,0 assistências por jogo: Michael Jordan.

Além dessas médias e dos sete triplos-duplos, um aspecto animador na performance de Giddey pelos Bulls foi o aproveitamento de 37,8% nas bolas de três. Não é nada que possa fazê-lo ser considerado um especialista, mas já representa uma boa melhora em relação ao que apresentou nas três temporadas pelo Oklahoma City Thunder. Resta saber se ele conseguirá sustentar essa evolução daqui para frente.

Também vale a pena ficar de olho

Coby White fez 20,4 pontos por jogo na última temporada, sua melhor marca desde que chegou à NBA, e manteve o aproveitamento nas bolas de três na casa dos 37%, o que é um bom sinal não só por mostrar uma certa consistência com o passar dos anos, mas principalmente porque aconteceu mesmo com um aumento no volume de tentativas.

Só que existe uma situação no ar que coloca um gigante ponto de interrogação em torno do futuro do armador: a temporada 2025/26 será a última do atual contrato dele. E White já avisou os Bulls mais de uma vez que não deseja assinar uma extensão até o meio de 2026, quando virar agente livre e tiver a oportunidade de testar o mercado.

Quanto os Bulls estarão dispostos a pagar para manter White daqui a um ano? Se for um valor semelhante ao de Josh Giddey, será que valerá a pena separar quase US$ 50 milhões anuais da folha salarial por essa dupla de armação titular? São perguntas que terão respostas com base no que White mostrar ao longo dos próximos meses.

Quem também merece menção especial por aqui é Matas Buzelis, escolha de primeira rodada dos Bulls no Draft do ano passado. Durante a primeira metade da temporada de estreia, não teve tanto espaço assim na rotação e pouco chamou a atenção. Mas nos últimos 30 jogos, o ala virou titular da equipe e causou boa impressão.

Agora, depois de uma “offseason” em que se dedicou a ganhar massa muscular, Buzelis busca continuar a evolução e assumir um papel maior na equipe. Para os Bulls, que não parecem estarem em condições de mirar a contratação de uma estrela consagrada em um futuro tão próximo, seria uma ótima notícia se isso acontecesse.

Grau de apelo para o telespectador – de 1 a 5

3 (médio) – Pode parecer alto demais para um time que dificilmente vai competir pelas primeiras posições do Leste? Talvez. Mas a arrancada pós All-Star Game na última temporada entregou alguns jogos muito legais de se assistir. Não é que os Bulls serão imperdíveis. Longe disso. Mas o esquema de jogo rápido, com muita liberdade para Josh Giddey tomar decisões com a bola nas mãos, pode entregar bom divertimento a quem resolver prestar atenção.

Palpite para a temporada 2025/26 dos Bulls

No cenário mais otimista: Josh Giddey fica mais perto de alcançar o status de all-star, Matas Buzelis dá um bom salto de qualidade no segundo ano de carreira, e esse time consegue mais vitórias do que na temporada passada. Se realmente der sorte, desta vez até consegue passar do play-in e chegar aos playoffs.

No cenário mais pessimista: involução das peças mais jovens, sensação de que não existe um ponto de segurança para a construção de um futuro, derrotas atrás de derrotas e a loteria do Draft como única esperança de consertar as coisas.

Veja as análises de todos os times da NBA:

*Clique no escudo para ler. Será publicada uma análise por dia até 20/10, véspera da estreia da NBA.

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