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3 navios dos EUA superam força total da Marinha da Venezuela

A movimentação de três destróieres dos Estados Unidos na direção da Venezuela amplia a pressão militar sobre o governo de Nicolás Maduro e mostra a superioridade bélica norte-americana. As embarcações, da classe Arleigh Burke, dispõem de avançados sistemas Aegis e podem lançar até 288 mísseis em conjunto, com destaque para o Tomahawk, associado a ataques precisos desde a Guerra do Golfo em 1991.

Os navios USS Gravely, USS Jason Dunham e USS Sampson pertencem à geração 2A da frota, que conta com 74 unidades em operação. Esse poder de fogo supera o arsenal total da Marinha venezuelana. Para efeito de comparação, a ofensiva “choque e pavor” contra o Iraque, em 2003, utilizou cerca de 40 mísseis Tomahawk, além de outras armas.

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Apesar disso, o risco para os norte-americanos não pode ser totalmente descartado. O Balanço Militar de 2025, divulgado pelo Instituto Internacional de Estudos Estratégicos de Londres, aponta que a Venezuela possui mísseis antinavio capazes de desafiar as defesas dos destróieres. São duas fragatas equipadas com mísseis Otomat, de origem franco-italiana, e relatos indicam a aquisição recente de mísseis iranianos de tecnologia chinesa.

Entre os armamentos supostamente comprados por Maduro desde 2020 estão o CM-90, que tem alcance de 90 km, e o C-802A, com 180 km e capacidade de manobra em voo. Não há informações precisas sobre o número desses mísseis disponíveis.

A estratégia venezuelana segue o exemplo do Irã, que investiu em armas assimétricas diante de potências como Israel e EUA. Entretanto, o uso desses recursos não foi completamente testado em conflitos recentes.

A Casa Branca informou nesta terça-feira, 19, que os Estados Unidos enviariam, em até 36 horas, os três navios de guerra para a costa venezuelana. A medida faz parte do esforço norte-americano para combater o narcotráfico na América Latina.

Cerca de 4 mil marinheiros e fuzileiros navais devem ser empregados na missão, segundo informações das agências Reuters e Associated Press. Também na terça-feira, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que o presidente Donald Trump tem intenções “claras e consistentes” em relação à ditadura de Nicolás Maduro.

Fortalecimento militar e desafios para a Venezuela

A estrutura militar da Venezuela foi fortalecida durante o governo de Hugo Chávez, entre 1999 e 2013, quando o país investiu em material bélico russo e chinês com recursos provenientes do petróleo. Tanques T-72, caças Su-30, sistemas de defesa aérea S-300, Buk e Petchora compõem o arsenal mais relevante do país, projetando influência regional.

Todavia, a manutenção desses equipamentos carrega obstáculos devido à crise econômica causada pelo socialismo do regime chavista. Estima-se que apenas metade dos 21 caças Su-30 estejam em condições de operação.

Para compensar, o governo adquiriu embarcações e equipamentos mais acessíveis do Irã, como barcos de patrulha Peyakaap-2, capazes de lançar mísseis, com ao menos quatro unidades em atividade.

Além disso, relatos não confirmados sugerem a presença de sistemas costeiros russos Bal, armados com mísseis Kh-35, que atingem até 120 km. Qualquer ataque contra os destróieres norte-americanos, no entanto, pode desencadear uma reação militar devastadora dos EUA.

O recente anúncio de Maduro sobre a mobilização da Milícia Nacional Bolivariana, formada por 220 mil integrantes — embora tenha divulgado a convocação de 4,5 milhões —, tem significado limitado em termos de poder militar. O grupo é composto por civis pouco treinados, armados basicamente com fuzis, armas leves e alguns mísseis portáteis Igla-S de origem russa.

No total, as Forças Armadas venezuelanas somam 123 mil militares, número bem inferior ao efetivo dos EUA. No entanto, comparações diretas de contingente muitas vezes não refletem a real capacidade de combate, especialmente diante da grande disparidade tecnológica e do arsenal nuclear americano, que conta com 5.177 ogivas.

+ Leia também: “A guerra do futuro“, reportagem de Fábio Boueri publicada na Edição 283 da Revista Oeste


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