O filme “Ainda Estou Aqui”, que retoma a parceria de Walter Salles com as atrizes Fernanda Torres (de “Terra Estrangeira) e Fernanda Montenegro (de “Central do Brasil”), estreia na quinta (7/11) nos cinemas brasileiros. O longa é forte candidato a uma indicação ao Oscar de melhor filme internacional e pode quebrar um hiato de mais de 20 anos de ausência do Brasil na categoria.
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“Ainda Estou Aqui” estreou no Festival de Veneza e foi premiado com o troféu de melhor roteiro. O filme é adaptado do livro autobiográfico homônimo de Marcelo Rubens Paiva, que conta a luta da mãe do autor para descobrir o paradeiro do marido – assassinado pelos militares na ditadura. O filme tem emocionado plateias fora do Brasil e tem tudo para recolocar o país no Oscar.
“O Pagador de Promessas”, pioneiro brasileiro no Oscar
O primeiro filme brasileiro a concorrer ao Oscar de melhor filme internacional (antes chamado de melhor filme estrangeiro) foi “O Pagador de Promessas” (1962), do cineasta Anselmo Duarte. O longa-metragem é uma adaptação da peça teatral de Dias Gomes, e contou com Leonardo Villar no papel principal. O elenco trazia ainda Glória Menezes, Norma Bengell, Othon Bastos e Antônio Pitanga. O filme ganhou a Palma de Ouro em Cannes. No Oscar de 1963, perdeu para o filme francês “Sempre aos Domingos”.
“O Quatrilho”, a indicação pós-retomada
Após a retomada do cinema brasileiro nos anos 1990, o país viveu um bom momento no Oscar. A Academia indicou “O Quatrilho” (1995), de Fábio Barreto, para a categoria de melhor filme internacional. O longa, baseado em um livro de José Clemente Pozenato, trazia Glória Pires e Patricia Pilar nos papéis principais. O filme perdeu o Oscar de 1996 para “Antonia”, da Holanda.
“O Que É Isso, Companheiro?”, do outro irmão
Dois anos após a indicação do filme de Fábio Barreto ao Oscar, seu irmão Bruno Barreto também teve seu momento, com o filme “O Que É Isso, Companheiro?” (1997). Baseado no livro de Fernando Gabeira, o filme é estrelado por Pedro Cardoso e Fernanda Torres – atriz que agora tem a chance de retornar ao Oscar com destaque. O filme perdeu para “Karakter”, também da Holanda.
“Central do Brasil”, também de Walter Salles
A última vez que o Brasil concorreu ao Oscar de melhor filme internacional foi em 1999 com “Central do Brasil” (1998), de Walter Salles – o mesmo diretor de “Ainda Estou Aqui”. O longa, que também rendeu uma indicação para Fernanda Montenegro como melhor atriz, ganhou o Urso de Ouro no Festival de Berlim. No Oscar, perdeu para “A Vida É Bela”, da Itália.