Por Ricardo Brito e Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) – A Polícia Federal indiciou o deputado federal André Janones (Avante-MG) pelo suposto cometimento de corrupção passiva, peculato e associação criminosa em investigação que apura suspeitas de ‘rachadinha’ no gabinete do parlamentar.
Relatório Conclusivo com as avaliações da PF foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito de inquérito que apura a prática da ‘rachadinha’ — em que repasses sistemáticos de remunerações de funcionários ao parlamentar –, aberto em dezembro do ano passado.
A investigação teve início após a divulgação, pelo portal Metrópoles, de áudio atribuído a Janones em que o deputado teria cobrado, em uma reunião na Câmara em 2019, que os funcionários de seu gabinete destinassem parte dos salários para a recomposição de seu patrimônio, que teria sido dilapidado para custear campanha para a Prefeito de Ituiutaba (MG) em 2016.
À época, Janones afirmou em entrevista ao portal UOL que o áudio divulgado se tratava de uma proposta de ‘vaquinha’, e não de ‘rachadinha’.
Para a PF, no entanto, há indícios suficientes e materialidade de cometimento de crime.
‘Diante desse contexto, entende-se que foram angariados elementos informativos suficientes para imputar a autoria do crime disposto no art. 317 do Código Penal (corrupção passiva) ao deputado federal André Janones’, diz a PF, atribuindo a coautoria a dois assessores do parlamentar.
‘(…) há ainda indícios do cometimento do delito de peculato’, segue o relatório, acrescentando que Janones e seus dois assessores ‘reuniram-se com o propósito de cometer crimes contra a Administração Pública, motivo pelo qual também devem responder por associação criminosa’.
Procurada, a assessoria do deputado não respondeu a pedidos de comentários.
(Reportagem de Ricardo Brito e Maria Carolina Marcello)