Por Joseph Ax
(Reuters) – Um esforço republicano de última hora para conceder os cinco votos do Colégio Eleitoral de Nebraska na base do vencedor leva tudo — uma mudança que ajudaria as chances de Donald Trump de conquistar a Casa Branca — parecia condenado nesta segunda-feira, depois que um importante parlamentar republicano disse que se opunha à proposta, apesar do lobby de aliados de Trump.
O senador estadual Mike McDonnell disse em um comunicado que não apoiaria a alteração do sistema atual de Nebraska, que divide seus votos eleitorais por distrito congressional. A democrata Kamala Harris, adversária de Trump na eleição de 5 de novembro, é ligeiramente favorita para ganhar um voto do Colégio Eleitoral do 2º distrito congressional de Nebraska, que inclui Omaha.
Um projeto de lei para mudar o sistema exigiria 33 votos dos 49 assentos na Legislatura. Os republicanos controlam exatamente 33 cadeiras, o que significa que não podem se dar ao luxo de uma única deserção com os democratas unidos na oposição.
‘Não mudarei minha posição de longa data e me oporei a qualquer tentativa de mudança em nosso sistema para o Colégio Eleitoral antes da eleição de 2024’, disse McDonnell em um comunicado, observando que faltam apenas 43 dias para a eleição.
Em uma eleição que deverá estar entre as mais acirradas da história dos EUA, cada voto eleitoral contará. Ao contrário de muitos países, o presidente dos EUA não é eleito pelo voto popular nacional; em vez disso, cada Estado concede votos do Colégio Eleitoral proporcionalmente à sua população ao vencedor daquele Estado. Maine e Nebraska são os únicos Estados que dividem seus votos do Colégio Eleitoral.
Com sete Estados provavelmente definindo a eleição, já que suas preferências de voto podem oscilar entre republicanos ou democratas, o voto do 2º distrito de Nebraska é muito importante. Por exemplo, se Kamala vencer nos Estados do Cinturão da Ferrugem (Michigan, Wisconsin e Pensilvânia), e Trump conquistar os Estados do Cinturão do Sol (Arizona, Nevada, Geórgia e Carolina do Norte), um cenário bastante plausível, com base em pesquisas, o voto de Nebraska determinaria se Kamala venceria por 270 a 268 ou se a disputa terminaria empatada em 269 a 269.
Se o Colégio Eleitoral estiver empatado, a Câmara dos Deputados dos EUA seleciona o vencedor, com cada delegação estadual recebendo um único voto — um cenário que provavelmente favoreceria Trump.
Os aliados de Trump têm pressionado os republicanos de Nebraska a considerar a mudança do sistema dos votos para o Colégio Eleitoral. O senador Lindsey Graham, republicano da Carolina do Sul que é próximo a Trump, reuniu-se com parlamentares de Nebraska na semana passada para discutir a proposta.
A campanha de Trump não respondeu a um pedido de comentário nesta segunda-feira, mas em uma postagem em seu site Truth Social, Trump prometeu ganhar o voto para o Colégio Eleitoral baseado em Omaha em novembro.
Trump ganhou todos os cinco votos eleitorais de Nebraska em 2016, mas o democrata Joe Biden ganhou o voto eleitoral do 2º distrito em 2020.
A campanha de Kamala encaminhou um pedido da Reuters por comentário ao Partido Democrata de Nebraska, que não respondeu.
McDonnell foi eleito como democrata, mas mudou de partido em abril, depois que o Partido Democrata do Estado o censurou por suas posições contra o aborto. Ele disse que incentivaria os parlamentares a colocar a questão do Colégio Eleitoral na cédula de votação em 2025, permitindo que os eleitores decidam.
O governador de Nebraska, Jim Pillen, um republicano, disse que apoia a mudança proposta e que estaria disposto a convocar uma sessão legislativa especial se houver claramente 33 votos a favor.