Ainda existem pessoas que realmente apreciam um bom álbum? Essas criações parecem ser verdadeiras relíquias de uma época que está entrando em extinção. Mas, teimosos, eles se recusam a aceitar a obsolescência, mesmo em um cenário onde os singles dominam as paradas e a música está cada vez mais fragmentada.
Afinal, quem na era atual teria a audácia de afirmar que o álbum está morto? Na verdade, ele continua sendo a forma artística mais significativa do século 21, assim como foi no século passado. Essa é uma conversa que muitos poderiam considerar ultrapassada, mas que merece ser reexaminada.
No entanto, os álbuns continuam a resistir, provando que a arte ainda tem seu valor. Há mais de 60 anos, o Grammy celebra o Álbum do Ano em suas cerimônias, um prêmio que, assim como o Oscar para Melhor Filme, permanece como um dos maiores reconhecimentos da indústria.
Apesar de manchetes como “O álbum de música está morto” surgirem, respeitáveis instituições ainda veneram esse formato. O ressurgimento do vinil é um forte indício de que os consumidores também valorizam os álbuns. Enquanto DJs e colecionadores podem buscar singles e 45s, o fã casual se encanta ao adquirir o álbum completo de seu artista favorito em vinil.
Acima de tudo, os artistas reconhecem a importância dos álbuns, pois eles proporcionam um espaço para compartilhar sua criatividade sem limites. Steve Milbourne, produtor e diretor criativo que trabalhou com nomes como Andrea Bocelli Michael Jackson e AC/DC, destaca em sua entrevista com o canal ‘Chartmetric’: “A maioria dos artistas, grandes ou pequenos, deseja lançar um álbum. É a maneira ideal de transmitir ao público quem eles realmente são”.
O conceito de “hit” é frequentemente medido em streams e posições nas paradas, mas o Grammy não premia o Álbum do Ano baseado apenas em números. Isso apresenta um dilema interessante para os artistas: mesmo que lançar um álbum não seja sempre a melhor escolha comercial, é um convite à liberdade criativa.
A forma como um artista escolhe lançar música é tão única quanto sua sonoridade, e os fãs se adaptam a essas abordagens, seja buscando o próximo sucesso ou mergulhando em um álbum completo.
Ao pensarmos nos grandes álbuns da história, lembramos de obras como “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band” dos Beatles, “Thriller” de Michael Jackson, “Songs in the Key of Life” de Stevie Wonder e “What’s Going On” de Marvin Gaye, álbuns que trazem uma conexão entre suas faixas, refletindo uma grandiosidade que faz parte da cultura musical.
Mas não podemos depender apenas dos clássicos para manter o álbum relevante nas próximas décadas. Frank Sinatra, um cantor pop contemplativo, praticamente inventou o álbum como o conhecemos.
É por isso que, em 2024, estamos vendo artistas como Beyoncé, que desafiou seus próprios limites ao criar “Cowboy Carter”, um álbum country sem perder sua essência, e Sabrina Carpenter, que trouxe um toque de personalidade a seu álbum “pop docinho”, “Short n’ Sweet”. Billie Eilish também se destaca esse ano, unindo suas canções com uma produção autêntica e contínua em “Hit Me Hard and Soft”, mostrando que o “álbum conceitual” ainda tem seu lugar no século XXI.
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