A Latam continua a comercializar voos em parceria com a Voepass, mesmo depois do acidente que matou 62 pessoas e expôs as condições precárias das aeronaves. O acordo comercial entre as companhias aéreas existe desde 2014.
Compradores de voos, como um de Brasília a Fernando de Noronha, fazem o primeiro trecho com a Latam e o segundo com a Voepass, em modelo de codeshare. Fotos e vídeos mostram problemas nas aeronaves da Voepass, como escadas sem corrimão e portas de segurança sem trava.
Ao portal UOL, ex-funcionários, sob anonimato, relataram falta de peças de reposição, com partes sendo retiradas de uma aeronave para outra, além de falhas chamadas “estol”, que podem resultar na perda de controle do avião, segundo a Anac.
A Latam foi questionada sobre a possibilidade de revisar o acordo com a Voepass. A companhia respondeu que “acordos comerciais de codeshare são frequentes na aviação brasileira e mundial.
Atualmente, a Latam mantém acordos de codeshare com empresas aéreas de todo o mundo, inclusive com a Voepass, a companhia aérea responsável pelo voo 2283.
Reclamações de consumidores da Latam
O site da Latam informa que os voos são operados por ambas as empresas e comunica aos consumidores por email. No entanto, muitos reclamam que descobriram a operação pela Voepass apenas no aeroporto.
A Voepass não se pronunciou sobre as denúncias de precariedade. O acidente com o avião da Voepass ocorreu em Vinhedo (SP) na última sexta-feira, 9. O ministro da Defesa, José Múcio, afirmou que a hipótese mais provável é de gelo na asa.
Investigações sobre o acidente com o avião da Voepass
Pilotos disseram ao UOL que é necessário investigar por que o piloto não acionou o sistema que derrete o gelo ou comunicou a pane aos controladores de voo. O ministro negou falhas na comunicação, algo especulado em grupos de WhatsApp de pilotos.
Há 4.151 reclamações ativas sobre a Voepass no site Reclame Aqui. Dados da Anac mostram um aumento nas reclamações, com 218.944 registradas entre 2022 e 2023, sendo 16.764 sobre a execução do voo.
Na noite do acidente, a Anac restringiu o acesso a uma auditoria sobre a Voepass, alegando ser uma prática usual, sem esclarecer o motivo. Nesta terça-feira, 13, o Ministério Público junto ao TCU ingressou com uma medida cautelar para que a Anac torne os documentos públicos.
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