Marisa Lobo – 08/11/2024 11h23
A cultura woke tem sido alvo de intensas discussões e críticas tanto na sociedade quanto no meio corporativo. Originalmente surgida como uma chamada à conscientização sobre injustiças sociais como racismo e sexismo, a cultura woke evoluiu para representar uma postura que tem sido percebida como polarizadora e divisiva.
A partir de uma perspectiva crítica, tenho argumentado que a cultura woke promove uma visão excessivamente simplificada de questões sociais complexas, dividindo o mundo em categorias de “bem versus mal” sem espaço para conservadorismo, valores morais, principalmente do cristianismo.
Conservadores, em particular, têm manifestado preocupação com o impacto da cultura woke na liberdade de expressão. Eles, frequentemente, veem as práticas associadas a essa cultura, como o “cancelamento” de figuras públicas por declarações ou comportamentos passados, e opiniões atuais, como formas de censura que sufocam o debate aberto e saudável.
A cultura woke cria um ambiente de medo, no qual as pessoas hesitam em expressar opiniões autênticas para evitar retaliações públicas. Além disso, a pressão por mudanças culturais rápidas e radicais é sim, para muitos conservadores, uma ameaça à estabilidade social que tanto almejamos, não somente para uma parte da sociedade, mas para todos que vivemos nela, independentemente de suas diferenças.
Enquanto a cultura woke advoga por reformas radicais e rápidas em relação a normas e valores sociais, com intuito subversivo, apenas por não concordar com ela, promovendo uma cultura da perseguição e cancelamento.
Mudanças são bem vindas, pois, fazem parte da sociedade, porém de maneira gradual para permitindo um equilíbrio consensual, e não é o que promove a cultura woke, ela promove sim um genocídio cultural aos cristãos, às religiões pautadas em valores morais que sustentam a sociedade. o intuito é sim gerar o caos.
Outro ponto de crítica é a ênfase da cultura woke na identidade, particularmente em questões de raça e gênero. Ao enfatizar essas categorias, a cultura woke reforça divisões em vez de promover a união e uma visão compartilhada de humanidade. A política identitária resultante desse foco, vejo como uma distração às questões econômicas e morais que exigem atenção prioritária para o bem-estar coletivo.
Assim, a crítica à cultura woke, especialmente entre conservadores, reflete preocupações sobre práticas intolerantes para com a diversidade de pensamento, que tanto promovem, pois seu foco em mudanças sociais que não encontram consenso entre todas as parcelas da sociedade, é uma forma de DITADURA.
A soma dessas percepções faz da cultura woke um tema central e controverso no debate público contemporâneo.
Para muitos cristãos, a cultura woke é vista como prejudicial por algumas razões específicas que se relacionam com valores religiosos e princípios morais tradicionais:
- Valores morais e tradicionais têm sido ameaçados pela cultura woke, já que seu foco está em redefinir normas sociais sobre temas como gênero e sexualidade, entrando em conflito com as crenças tradicionais cristãs. Para cristãos, esses valores são fundamentais e baseados em ensinamentos bíblicos, tornando difícil conciliar certas ideologias woke com suas práticas de fé.
- Nossa liberdade religiosa também é constantemente ameaça pela cultura woke, pois esse movimento cultural tem pressionado instituições religiosas a adotarem ou apoiarem posturas que contrariam suas crenças. Isso é percebido como uma ameaça à liberdade religiosa, em que a expressão de valores cristãos tradicionais é desencorajada ou penalizada.
- Percepção de censura, assim como com outros grupos, há uma preocupação significativa de que a cultura woke promova uma forma de censura, em que ideias e opiniões baseadas em crenças religiosas são frequentemente desqualificadas ou menosprezadas em ambientes públicos e discursivos.
- Diferenças identitárias são muito enfatizadas pela cultura woke. No entanto, os cristãos, geralmente, valorizam a unidade na diversidade dentro da comunidade de fé. Essa postura na diferença tem sido vista como algo que enfraquece essa unidade ao focar em divisões em vez de procurar um terreno comum pautado em valores espirituais.
- Ética do perdão e reparação tem sido ameaçada, pois a tradição cristã enfatiza perdão e reconciliação, enquanto as práticas associadas à cultura woke, como o ato de cancelamento, são punitivas e sem espaço para arrependimento e redenção. Sendo vista como contrária aos princípios de compaixão e perdão centrais ao cristianismo.
Esses pontos destacados mostram como a cultura woke pode ser vista como desafiadora para muitos dentro da comunidade cristã, do conservadorismo e da sociedade em geral, pois toca em aspectos essenciais de sua identidade e prática religiosa.
Marisa Lobo possui graduação em Psicologia, é pós-graduada em Filosofia de Direitos Humanos e em Saúde Mental e tem habilitação para Magistério Superior. |
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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