Guitarrista não sobe em um palco há 5 anos; desde então lidou com um problema de saúde que demorou a ser diagnosticado e foi alvejado perto de sua casa
Citado como um dos grandes guitarristas da década de 1980, Jake E. Lee integrou a banda de Ozzy Osbourne entre 1982 e 1987. Depois, formou o Badlands, que durou apenas até o início dos anos 1990. Em meio a idas e vindas no cenário musical, havia retomado de vez a carreira na década anterior com o projeto Red Dragon Cartel.
Seu último show aconteceu em abril de 2019. Com a chegada da pandemia, Lee sumiu de novo. Agora, por razões tristes.
Problema de saúde
Em julho deste ano, o baixista Greg Chaisson, com quem Jake trabalhou no Badlands, disse ao canal Border City Rock Talk que o ex-colega estava sofrendo de síndrome do túnel do carpo no punho direito, não o permitindo tocar guitarra. Não demorou até que o próprio esclarecesse, em entrevista publicada em outubro no Tone-Talk (via site Igor Miranda) que sua condição era outra — e que estava sendo superada.
Médicos disseram que eu tinha síndrome do túnel do carpo. Marquei uma consulta com uma cirurgiã de pulso, o que demorou um pouco. Ela pediu alguns raios X, o que ninguém tinha feito até então. Quando chegaram os resultados, ela disse que não era isso. Aparentemente não tenho mais cartilagem na mão direita e muito pouco na esquerda, embora a segunda não me incomode. É osso com osso, esfregando um no outro.”
À época, Lee contou que estava tomando injeções de cortisona e fazendo fisioterapia para fortalecer os músculos ao redor, controlando a dor. Havia outra opção — fundir os ossos em cirurgia —, mas a médica propôs uma alternativa menos invasiva de início.
Sentindo-se melhor, o guitarrista disse que havia voltado a tocar após quatro ou cinco anos afastado. A retomada fazia dois meses.
Por quatro ou cinco anos eu realmente não toquei muito, a menos que tivesse uma ideia de música, o que sempre acontece quando você está adormecendo. Então eu pegava a guitarra e colocava a ideia no papel. Tenho um monte de ideias. Eu tenho tocado. Não dói tanto. Eu sinto que tudo está melhorando, então eu não vou fazer cirurgia. Vou aprender a tocar mais apoiado no cotovelo. Mas eu ainda tenho essa opção com o pulso e lidar com a dor.”
Jake E. Lee baleado
Poucos dias após a divulgação desta entrevista, na madrugada de 15 de outubro, Jake E. Lee foi baleado enquanto passeava com seu cachorro nas redondezas de sua casa, em Las Vegas, nos Estados Unidos. Felizmente, nenhum órgão fatal foi atingido e o guitarrista recebeu alta pouco tempo depois, mas a recuperação é lenta e gradual — ainda mais para alguém que hoje está com 67 anos de idade.
Por meio das redes sociais (via site Igor Miranda), Lee revelou o contexto em que foi alvejado. O músico cruzou com dois homens encapuzados que estavam na garagem de um vizinho, supostamente tentando furtar uma motocicleta.
Houve um confronto verbal que terminou com um acordo de que eu andaria para um lado e eles para o oposto. Isso não deu certo. Provavelmente falarei mais detalhadamente sobre isso mais tarde, mas agora só consigo fazer um pouco de cada vez confortavelmente.”
Ainda segundo o artista, a polícia encontrou 15 cápsulas de balas próximas ao seu corpo. Três delas atingiram Jake, no peito, braço e pé. O pulmão chegou a ser atingido, mas não de forma suficiente para comprometê-lo. Nenhuma atingiu o cão.
Em outra manifestação pelas redes, o guitarrista explicou, também, por que passeava com seu animal de estimação de madrugada — mais especificamente, por volta das duas da manhã.
Sou uma coruja, sempre fui. Minha esposa trabalha em um cassino de madrugada. 2-3 da manhã é o meio do dia para nós! E durante o verão, com temperaturas de 45°C durante o dia, passear com Coco no início da manhã ainda pode significar mais de 35°C. Então, caminhamos quando está mais fresco, e temos feito isso nos últimos dois anos sem contratempos, até recentemente.”
Obviamente, Lee ainda não se manifestou sobre a retomada de sua carreira musical. O foco é na recuperação. Todavia, o episódio de 15 de outubro com certeza irá atrasar um retorno aos palcos, tão aguardado pelos fãs.
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