Lawrence Maximus – 09/12/2024 16h21
Entender a Guerra Civil da Síria, iniciada em 2011, e a queda do regime Assad depois de 53 anos, torna-se um complexo desafio, pois envolve diversos atores políticos com seus respetivos interesses. Faremos um breve panorama para explicar a situação atual, divididos em 8 pontos.
1. Uma das ditaduras mais brutais e duradouras do Médio Oriente, o regime de Assad na Síria, caiu. Rebeldes sírios entraram no coração de Damasco, capital da Síria, neste domingo (8), quando o reinado de 53 anos de Bashar al-Assad e seu pai, Hafez, chegou a um fim dramático.
2. Para os sírios, a queda do Regime de Assad é apenas o começo, não o fim – as ruas estavam cheias de júbilo e celebração. Mesmo que a direção em que o país esteja indo não seja clara, as forças rebeldes e o público sírio entendem a magnitude desta hora crítica e têm um grande desejo de uma restauração da ordem sobre o caos.
3. Os grupos incluem uma aliança de milícias apoiadas pela Turquia, conhecida como Exército Nacional Sírio (SNA, na sigla em inglês), que, assim como o Hayat Tahrir al-Sham (HTS), dominava uma parte do noroeste da Síria. No nordeste, os grupos das Forças Democráticas da Síria (SDF, na sigla em inglês), em sua maioria curdos, também ganharam espaço.
4. O líder do HTS, Abu Mohammad al-Jowlani, anunciou triunfantemente “a captura de Damasco”. Agora, ele está usando sua verdadeira identidade, Ahmed al-Sharaa, em vez de seu nome de guerra, como um sinal de sua súbita ascensão a um papel muito maior em nível nacional.
5. O presidente sírio deposto, Bashar al-Assad, e a sua família chegaram à Rússia. Vladimir Putin tomou a decisão de conceder asilo político. Kremlin pede reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU.
6. O presidente eleito Donald Trump, observou que os rebeldes estão se preparando para fazer um movimento muito grande.
– Síria está uma bagunça, mas não é nossa amiga, e os EUA não devem ter nada a ver com isso. Esta não é a nossa luta. Deixem que ela se desenrole. Não se envolva! – alertou Trump.
7. As Forças de Defesa de Israel assumiram o lado sírio do Monte Hermon, para expandir uma zona tampão desmilitarizada ao longo da fronteira com a Síria e também em vários outros pontos de importância para a defesa.
8. A queda de Assad enfraquece o eixo de resistência de Teerã, Damasco e Beirute – e consolida o sucesso de Israel na guerra contra o eixo. A saída de Assad remove um bastião do qual Irã e Rússia detinham o poder no Oriente Médio.
Lawrence Maximus é cientista político, analista internacional de Israel e Oriente Médio, professor e escritor. Mestre em Ciência Política: Cooperação Internacional (ESP), Pós-Graduado em Ciência Política: Cidadania e Governação, Pós-Graduado em Antropologia da Religião e Teólogo. Formado no Programa de Complementação Acadêmica Mastership da StandWithUs Brasil: história, sociedade, cultura e geopolítica do Oriente Médio, com ênfase no conflito israelo-palestino e nas dinâmicas geopolíticas de Israel. |
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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