A bancada do Psol na Câmara acionou a Câmara dos Deputados para questionar a saída da deputada Carla Zambelli (PL-SP) do país. A parlamentar anunciou o licenciamento do cargo e sua ida para a Europa depois de ter sido condenada a 10 anos de prisão por supostamente ter comandado a invasão a sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Em nota, a sigla de esquerda disse ter como objetivo “cobrar providências da Presidência e da Corregedoria diante do flagrante desrespeito” de Zambelli ao Código de Ética e Decoro Parlamentar. O documento foi endereçado ao presidente da Casa, Hugo Motta.
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No ofício, o Psol cita o artigo 228 do Regimento Interno, o qual determina:
“Para afastar-se do território nacional, o Deputado deverá dar prévia ciência à Câmara, por intermédio da Presidência, indicando a natureza do afastamento e sua duração estimada”.
“A fugitiva Carla Zambelli permanecer como parlamentar na Câmara dos Deputados vai de encontro, portanto, ao resguardo da instituição e traz desonra ao Parlamento”, justificou o partido esquerdista.
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Zambelli alega perseguição
Nesta quarta-feira, 4, Zambelli se pronunciou sobre a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou sua prisão depois de recomendação da Procuradoria-Geral da República (PGR).
“Nossa Constituição é clara: um deputado federal só pode ser preso em flagrante e por crime inafiançável”, declarou a deputada. “Nada disso ocorreu. Ainda assim, um único ministro decidiu, de forma monocrática, rasgar o devido processo legal, ignorar a imunidade parlamentar e violentar a democracia.”
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A parlamentar também disse que “uma medida dessa gravidade jamais poderia ser tomada de forma monocrática”. Porém, que “o mais grave foi o ataque à minha família”.
A declaração de “ataque” à família ocorreu porque Moraes determinou “o bloqueio da conta de Instagram do meu filho, João Zambelli, um jovem de apenas 17 anos que está iniciando sua trajetória na vida pública”.
“Com isso, não atacou apenas a deputada ou a cidadã Carla Zambelli”, disse. “Ele atacou uma mãe.Não bastasse isso, mandou também bloquear as contas da minha mãe, Rita Zambelli, que é pré-candidata a deputada federal. Ao fazer isso, atinge não apenas a cidadã, mas também a filha.”
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