Lawrence Maximus – 27/08/2024 14h03
Como as tensões continuam a ferver ao longo da fronteira entre Israel e Líbano, Israel enfrenta uma decisão complexa: avançar em uma guerra em grande escala com o Hezbollah ou atrasá-la? Esse dilema complexo apresenta oportunidades e riscos, com argumentos convincentes em ambos os lados do debate.
AVANÇO IMEDIATO
O engajamento militar iminente concederia a Israel várias vantagens táticas significativas:
– Prontidão militar: o IDF (Forças de Defesa de Israel) está totalmente implantado ao longo da fronteira norte e mantém um alto estado de prontidão de combate. Isso segue longos meses de engajamento ativo em várias frentes, bem como inúmeros exercícios de treinamento focados em cenários de batalha no Líbano.
– Fator civil: muitos residentes em áreas de fronteira já foram evacuados, reduzindo as vulnerabilidades de Israel a possíveis ataques do Hezbollah e ataques transfronteiriços. Como Israel já suportou os custos dessa retirada tática, poderia se beneficiar de tomar medidas agora, em vez de ser forçado a outra evacuação em um ou dois anos.
– Hezbollah enfraqueceu: as operações das IDF e os ataques intensificados degradaram o Hezbollah, especialmente em áreas próximas à fronteira que seriam o ponto focal do combate inicial. Com a perda de altos comandantes e a destruição de posições e ativos militares, o Hezbollah entraria em um conflito em grande escala em um estado de desordem, particularmente no sul do Líbano.
ATRASAR A GUERRA
O adiamento de um grande conflito militar por um ate dois anos poderia oferecer alguns benefícios vitais para Israel:
– Recuperação e reabastecimento: a IDF e a sociedade israelense exigem tempo para se recuperar do prolongado conflito em Gaza e em outros lugares. Isso inclui reabastecer os estoques da IDF, reparar e adquirir equipamentos militares, recrutar mais soldados e restaurar uma economia vibrante.
– Arsenal estratégico do Hezbollah: apesar das perdas táticas, as principais capacidades estratégicas do Hezbollah, particularmente seu arsenal de mísseis pesados, permanecem praticamente intactas. Isso representa uma ameaça significativa e pode resultar em custos substanciais para Israel. Incorrer nesse preço agora, com os custos da atual guerra já aumentando, pode ser imprudente e colocar Israel em uma posição difícil.
– Risco de escalada regional: uma guerra com o Hezbollah agora provavelmente se transformaria em uma guerra conflito regional mais amplo, levando a ataques mais intensos a Israel de várias frentes. Israel pode não estar em uma posição ideal para lutar esta guerra neste momento devido aos fatores já mencionados.
DECISÃO COMPLEXA PARA ISRAEL
Em última análise, a liderança de Israel enfrenta decisões complexas com implicações críticas para a segurança nacional e a estabilidade regional. Qualquer que seja o curso de ação escolhido, inevitavelmente envolverá riscos e implicações de longo alcance para a sociedade e o futuro de Israel em um Oriente Médio está cada vez mais volátil.
Lawrence Maximus é cientista político, analista internacional de Israel e Oriente Médio, professor e escritor. Mestre em Ciência Política: Cooperação Internacional (ESP), Pós-Graduado em Ciência Política: Cidadania e Governação, Pós-Graduado em Antropologia da Religião e Teólogo. Formado no Programa de Complementação Acadêmica Mastership da StandWithUs Brasil: história, sociedade, cultura e geopolítica do Oriente Médio, com ênfase no conflito israelo-palestino e nas dinâmicas geopolíticas de Israel. |
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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