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A batalha judicial por trás do hit ‘My Sweet Lord’, de George Harrison

Em fevereiro de 1971, poucos meses após o lançamento do single, Harrison foi acusado de plágio pela Bright Tunes Music Corporation

Lançada em 1970, My Sweet Lord se tornou um dos maiores sucessos da carreira solo de George Harrison. A canção foi o primeiro single de um ex-Beatle a atingir o topo das paradas nos Estados Unidos e no Reino Unido, o que consolidou o guitarrista como um artista solo global. No entanto, por trás do sucesso, o hit foi alvo de uma longa e polêmica batalha judicial que marcou a trajetória de Harrison e levantou debates sobre originalidade musical.

Em fevereiro de 1971, poucos meses após o lançamento do single, Harrison foi acusado de plágio pela Bright Tunes Music Corporation, que detinha os direitos de He’s So Fine, gravada pelo grupo The Chiffons em 1963. O processo alegava que My Sweet Lord apresentava semelhanças significativas com a melodia de He’s So Fine. Durante o julgamento nos Estados Unidos, Harrison admitiu conhecer a música, mas afirmou que sua inspiração havia sido a canção gospel Oh Happy Day.

Após anos de disputas, em 1976, um tribunal decidiu que Harrison era culpado de “plágio subconsciente”, e reconheceu que ele não copiou intencionalmente a melodia, mas que as similaridades não podiam ser ignoradas. A indenização inicial de US$ 1,5 milhão foi reduzida para US$ 587 mil devido ao envolvimento de Allen Klein, ex-empresário de Harrison, que tentou manipular a situação ao comprar os direitos da Bright Tunes.

Enquanto o caso se arrastava — com seus últimos trâmites encerrados apenas em 1998 —, Harrison refletiu publicamente sobre o impacto da polêmica. À Rolling Stone, ele desabafou sobre as dificuldades em continuar compondo:

É difícil começar a compor de novo quando você passa por tudo isso. Até hoje, quando eu ligo o rádio, cada música que escuto soa como alguma outra coisa.

No entanto, em 1976, The Chiffons lançaram um cover de My Sweet Lord, aproveitando-se da notoriedade do caso. Apesar disso, Harrison destacou o impacto positivo da canção, afirmando que ela salvou muitas vidas, especialmente de pessoas em situações de vício.

Em sua autobiografia, o músico lamentou não ter mudado notas que poderiam ter evitado o problema:

Eu não estava consciente da similaridade. [A música] foi improvisada, mas sei que o motivo pelo qual ela foi composta vai muito além do problema legal.

Além disso, a música foi relançada em 2002 como tributo após a morte de Harrison.

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