Rafael Satiê – 07/01/2025 16h11
Logo na manhã desta terça-feira (7), Mark Zuckerberg, CEO e fundador do Facebook e dono do gigantesco grupo de tecnologia Meta, anunciou que estaria encerrando o serviço de fact-checking iniciado em meados de 2020 para evitar falsas notícias sobre a pandemia, eleições americanas e quaisquer outros assuntos que desagradasse os controladores de narrativa da velha mídia.
Os fact-checkers tinham o trabalho de conter as famosas fake news nas redes sociais da Meta; mas o que acabou acontecendo foi o contrário. Notícias falsas e sem qualquer base na realidade eram promovidas enquanto notícias alternativas à narrativa oficial do governo eram marcadas como falsas e perigosas para quem estava lendo e compartilhando aqueles posts.
Ao contrário do que foi projetado para o serviço de fact-checking a modalidade censurou e excluiu diversas contas por expressar uma visão alternativa do debate público. Quem não se lembra de quantas contas foram suspensas ou até mesmo excluídas do Facebook e Instagram alegando que as vacinas da Johnson & Johnson poderiam causar trombose e, anos depois, os Estados Unidos, a União Europeia e outros países baniram o uso dessas vacinas pelo fato delas realmente causarem trombose?
Dessa maneira, as redes sociais foram o grande centro da mudança política mundial, com novas visões políticas sendo difundidas de forma online por cidadãos comuns.
Com receio desse avanço continuar, os grandes burocratas juntamente com os donos das big techs começaram uma escalada autoritária contra os “dissidentes políticos” ou qualquer um que não tivesse a mesma opinião que o status quo tinha.
Para piorar, no pronunciamento sobre o encerramento do serviço de checagem Zuckerberg comprovou o que a maioria de nós já sabíamos: a censura era orquestrada pelo governo. O dono da Meta afirmou que o governo Biden pressionou por mais limites nos posts de suas redes sociais, aumentando a censura de diversos perfis.
Além da censura imposta pelo governo Biden, foi revelado que existem tribunais na América Latina que fazem solicitações de suspensão de perfis sem qualquer embasamento jurídico por meio de ordens judiciais ilegais. O Brasil vivenciou isso de forma mais intensa com a queda da rede social X (antigo Twitter) durante o período eleitoral de 2024.
Com a virada política mundial iniciada em 2023 com Javier Milei e concretizada com a vitória de Trump em 2024, Zuckerberg e outros grandes nomes das big techs começaram a sinalizar uma trégua com a tão atacada liberdade de expressão. Jeff Bezos da Amazon, Tim Cook da Apple e outros nomes já demonstram interesse em trabalhar com a nova gestão do governo americano em prol da liberdade de expressão e pelos interesses americanos.
Agora a questão que fica é a seguinte: com a guinada para a liberdade o Brasil seguirá indo em direção contrária? Veremos, daqui há um ano, redes sociais e perfis sendo censurados novamente em nome de uma possível “defesa da democracia”?
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Rafael Satiê é analista político, especialista em Comunicação e diretor de Marketing. |
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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