Marisa Lobo – 16/01/2025 13h28
Recentemente, um vídeo feito pelo deputado federal Nikolas Ferreira sobre o sistema de pagamentos Pix se tornou um fenômeno no Brasil, ultrapassando mais de 200 milhões de visualizações, número que excede a própria população do país. Esse feito não só chamou a atenção nacional, mas também impulsionou o governo a reconsiderar seu plano de monitoramento do Pix. Como psicóloga, fascinada por comunicação, vou explorar alguns elementos que tornaram a mensagem de Nikolas tão poderosa e impactante.
Primeiro vamos falar da simplicidade e foco; sim o ambiente favorece a atenção
Nikolas utilizou um ambiente minimalista, com um simples pano preto ao fundo, para assegurar que toda a atenção do público estivesse voltada para suas palavras. A escolha de um cenário desprovido de distrações visuais ilustra uma compreensão das limitações cognitivas de atenção do ser humano. Psicologicamente, essa abordagem reduz a carga cognitiva, permitindo ao público focar no conteúdo essencial sem dispersões.
Ele usou uma linguagem clara e acessível, construindo pontes de entendimento e não muro na comunicação
O jovem político conseguiu transformar termos complexos do jargão financeiro em uma linguagem acessível. Essa habilidade é central em teorias de processamento de informação psicológica, em que a claridade na comunicação facilita a codificação, armazenamento e recuperação de informações. Utilizar exemplos práticos é uma técnica que enraíza as ideias abstratas em contextos concretos, aumentando a compreensão e retenção da informação.
Outra estratégia perfeita é o apelo emocional para conectar-se com o público
Um dos aspectos mais fascinantes foi o apelo emocional que permeou sua narrativa. Ao tocar em preocupações cotidianas do público, Nikolas criou um vínculo empático. Psicologicamente, as emoções atuam como potentes catalisadores da atenção e da memória. Ao engajar o público emocionalmente, ele facilitou um ambiente comunicativo no qual as pessoas se sentem não apenas informadas, mas também compreendidas.
Agora, vamos falar sobre os contrastes com a comunicação governamental, que foi sem dúvida uma barreia psicológica
A comunicação do governo, ao ser percebida como técnica e distante, pode ter encontrado uma barreira psicológica. Quando as mensagens não são adaptadas ao público-alvo, elas correm o risco de ser ignoradas ou mal interpretadas. A falta de clareza e conexão emocional pode acarretar desinteresse e oposição, mesmo quando as intenções são positivas.
Impacto duradouro: comunicação que transforma
O vídeo de Nikolas não apenas estimulou um debate público massivo, mas também exerceu pressão para uma reavaliação das políticas governamentais propostas. Esse impacto ressalta o potencial transformador de uma comunicação bem estruturada e emocionalmente ressonante.
Em termos psicológicos, quando a comunicação estimula tanto a cognição quanto a emoção, ela não apenas informa, mas também motiva a ação.
A análise desse caso oferece valiosas lições sobre comunicação eficaz. Enquanto simplificação e clareza melhoram a compreensão, o apelo emocional permite uma conexão mais profunda e duradoura com o público. Para profissionais da comunicação e da psicologia, a combinação desses elementos pode ser uma ferramenta poderosa na geração de engajamento e mudança.
Nesse cenário digital crescente, compreender e aplicar essas técnicas não é apenas benéfico, mas essencial para quem deseja influenciar e inspirar o público de forma significativa e impactante.
Marisa Lobo possui graduação em Psicologia, é pós-graduada em Filosofia de Direitos Humanos e em Saúde Mental e tem habilitação para Magistério Superior. |
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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