Lawrence Maximus – 04/12/2024 10h39
Yoon Suk Yeol, presidente da Coreia do Sul, declarou lei marcial nesta terça-feira (3), prometendo eliminar “forças antiEstado” (pró-norte-coreanas) que, segundo ele, ameaçavam “arruinar” a nação – mas os parlamentares o forçaram a dar meia-volta.
A surpreendente declaração de lei marcial no importante aliado dos Estados Unidos na noite de terça-feira (horário local) causou um impasse com o Parlamento, que rejeitou a tentativa de Yoon de proibir a atividade política e censurar a mídia, enquanto tropas armadas forçavam a entrada no prédio da Assembleia Nacional em Seul.
No meio da noite de terça, para esta quarta-feira (4), 190 deputados da maioria e da oposição, apoiados por uma multidão enfurecida reunida em frente a uma Assembleia Nacional cercada por policiais e soldados, rejeitaram por unanimidade a lei marcial decretada algumas horas antes pelo presidente.
Yoon aceitou a decisão e encerrou sua tentativa de golpe, que viu a Coreia do Sul retornar por algumas horas ao pesadelo das ditaduras, que pensava ter acabado por quase quatro décadas. A democracia da Coreia do Sul se recusou a deixar-se ser derrotada!
Admitindo a derrota, Yoon reiterou seu apelo para que a Assembleia Nacional pare com as atividades “ultrajantes” que, segundo ele, prejudicam as funções do governo.
Os principais partidos de oposição, pediram que Yoon, que está no cargo desde 2022, renuncie ou enfrente um processo de impeachment.
A última vez que a lei marcial foi imposta foi em 1980, em Gwangju. Por ordem do autoritário presidente Chun Doo-hwan (1980-1987), os paraquedistas reprimiram violentamente um movimento pró-democracia. A operação causou centenas de mortes.
A transição da Coreia do Sul desde o levante democrático de 1987 é considerada exemplar e, desde então, o país estabeleceu-se como uma democracia próspera e uma potência econômica global.
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Lawrence Maximus é cientista político, analista internacional de Israel e Oriente Médio, professor e escritor. Mestre em Ciência Política: Cooperação Internacional (ESP), Pós-Graduado em Ciência Política: Cidadania e Governação, Pós-Graduado em Antropologia da Religião e Teólogo. Formado no Programa de Complementação Acadêmica Mastership da StandWithUs Brasil: história, sociedade, cultura e geopolítica do Oriente Médio, com ênfase no conflito israelo-palestino e nas dinâmicas geopolíticas de Israel. |
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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