A coroa de jogadora mais cara do mundo tem uma nova dona: a canadense Olivia Smith. Menos de dois meses após vencer a Champions League feminina da Uefa, o Arsenal contratou a atacante, que estava no Liverpool, por US$ 1,33 milhão (R$ 7,4 milhões).
Smith assinou com o Liverpool em julho de 2024, na maior transferência feminina da história do clube na época, e marcou sete gols em 20 jogos em sua temporada de estreia na WSL. Apenas um ano depois, ela se tornou a jogadora mais cara do mundo.
Sua transferência para o Arsenal supera o recorde mundial anterior, estabelecido em janeiro de 2025, quando a estrela da seleção americana Naomi Girma se juntou ao Chelsea após defender o San Diego Wave em um negócio no valor de cerca de US$ 1,1 milhão (R$ 6,1 milhões), quebrando a barreira milionária pela primeira vez.
Embora essa passagem de bastão entre Girma e Smith possa parecer rápida, esse nem sempre foi o cenário no futebol feminino. Durante 18 anos, o título de jogadora mais cara pertenceu à brasileira Milene Domingues, que só seria ultrapassada em 2020. Entretanto, desde então, a velocidade com que o recorde de transferências femininas está sendo quebrado só aumenta.
Aqui está uma visão geral da evolução do recorde mundial de transferências no futebol feminino nas últimas décadas e das jogadoras responsáveis por quebrá-lo.
Milene Domingues – Fiammamonza para Rayo Vallecano
US$ 310.000, 2002
A jogadora da seleção brasileira se tornou a primeira jogadora a ser comprada por mais de US$ 310 mil quando deixou o clube italiano Fiammamonza para assinar com o Rayo Vallecano em 2002. A meio-campista se mudou para ficar com seu então marido, Ronaldo “Fenômeno”, que também deixou a Itália para ir para a Espanha a fim de se juntar ao Real Madrid.
Infelizmente, as coisas não deram certo devido a uma regra da Federação Espanhola de Futebol que proibia os clubes de escalar jogadoras estrangeiras em partidas competitivas. Milene, portanto, nunca jogou um único jogo pelo Rayo e, em vez disso, recebeu dispensa para voltar à Itália e se juntar novamente ao Fiammamonza.
No entanto, ela manteve o recorde mundial de transferência por quase duas décadas.
Pernille Harder – VfB Wolfsburg para o Chelsea
US$ 334.000, 2020
Depois de ganhar destaque na Alemanha com o Wolfsburg, a jogadora da seleção dinamarquesa se tornou a nova detentora do recorde ao se transferir para o Chelsea após assinar um contrato de três anos em setembro de 2020.
Duas vezes detentora do prêmio de Jogadora do Ano da Uefa, Harder conquistou três dobletes consecutivos com a WSL e a Copa da Inglaterra com os Blues, antes de voltar para a Alemanha, com o Bayern de Munique, em 2023.
Keira Walsh – Manchester City para Barcelona
US$ 470.000, 2022
A meio-campista inglesa quebrou o recorde mundial em 2022, quando se transferiu do Manchester City para o Barcelona, que havia se tornado o primeiro clube feminino espanhol a conquistar a tríplice coroa europeia (Liga F, Champions League e Copa da Rainha) na temporada anterior.
Walsh também estava em alta depois de ter sido titular em todos os jogos da seleção inglesa na campanha até o título da Eurocopa de 2022, e selou a sua transferência de US$ 470 mil para a Espanha durante os últimos dias da janela de transferências.
Mayra Ramírez – Levante para o Chelsea
US$ 488.610, 2024
A transferência recorde de Walsh durou 18 meses, pois foi superada no início da janela de janeiro de 2024, quando o Chelsea fez uma grande aposta para contratar Ramírez do Levante, time da primeira divisão espanhola.
A jogadora de 24 anos já havia marcado seis gols em sete jogos na Liga F quando os Blues estabeleceram um novo marco no mundo das transferências ao pagar 450 mil euros iniciais, mais 50 mil euros em possíveis acréscimos.
Ramírez também se tornou a jogadora mais cara da história do futebol britânico (superando o acordo de 350 mil que levou Jill Roord do Wolfsburg para o Manchester City em 2023).
Racheal Kundananji – Madrid CFF para Bay FC
US$ 787,600, 2024
Kundananji é uma das atacantes mais eficientes do futebol feminino, marcando 33 gols em 43 jogos da liga pelo Madrid CFF antes de ir para os Estados Unidos e assinar um contrato de quatro anos com o Bay FC, de São Francisco.
A taxa base de US$ 787,600 bateu o recorde de transferência por uma margem significativa, o que significou que a talentosa jogadora da Zâmbia também se tornou a primeira representante da África, homem ou mulher, a ocupar tal posto.
Naomi Girma – San Diego Wave para o Chelsea
US$ 1,1 milhão, 2025
Considerada a melhor zagueira do mundo, Girma tem apenas 24 anos e se tornou a primeira transferência de US$ 1 milhão no futebol feminino quando optou por ir para o Chelsea em janeiro.
A americana tinha contrato com o San Diego Wave até 2026, mas fez história quando o clube da NWSL (National Women’s Soccer League, a primeira divisão dos Estados Unidos) permitiu que ela se transferisse por uma quantia recorde mundial.
Olivia Smith – Liverpool para Arsenal
US$ 1,33 milhão, 2025
Enquanto o Liverpool conseguiu apenas terminar na metade da tabela e teve dificuldades para avançar em qualquer uma das competições nacionais, Smith foi uma jogadora de destaque para sua equipe em 2024/25 e terminou a temporada como a artilheira do time tanto na WSL (Women’s Super League, a primeira divisão da Inglaterra) quanto em todas as competições.
Seu desempenho foi obviamente impressionante o suficiente para chamar a atenção do Arsenal, que já reforçou seu elenco vencedor com a contratação da jogadora da seleção inglesa Chloe Kelly, do Manchester City, e da ex-capitã do Liverpool Taylor Hinds, ambas em transferências gratuitas.