Por trás da personalidade curiosa, do saque por baixo que às vezes surpreendem os adversários e do jeito peculiar dentro e fora das quadras, outro traço de Alexander Bublik chama atenção: ele odeia tênis.

Prestes a estrear no Masters 1000 de Xangai, torneio na China com transmissão ao vivo do Disney+, o tenista do Cazaquistão vive um ano especial na carreira, embora já tenha admitido publicamente que só pratica o esporte por dinheiro.

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“Odeio o tênis com todo o meu coração. Odeio todos os dias que tenho que jogar”, disse Bublik, em uma entrevista há dois anos, em 2023. “Para ser sincero, não vejo um ponto positivo em ser tenista. Só jogo por dinheiro. Se não houvesse dinheiro em jogo, pararia imediatamente”.

O desabafo forte quase não combina com alguém que, mesmo odiando o esporte com todas as forças, sabe praticá-lo como poucos.

Atual 16º colocado no ranking, até hoje sua melhor posição, Bublik soma 31 vitórias e 17 derrotas na temporada, período na qual ganhou quatro títulos: Halle, Gstaad, Kitzbuhel e Hangzhou. O ano também teve um vice-campeonato para João Fonseca, no Challenger de Phoenix, nos Estados Unidos.

O tenista cazaque faturou US$ 2,4 milhões (R$ 12,75 milhões) apenas em participações de torneios na atual temporada. Na carreira inteira, os prêmios ultrapassam US$ 10 milhões (R$ 53 milhões), de acordo com o site oficial da ATP.

“Não acho que ganhei o suficiente”, declarou Bublik em 2023, quando já havia embolsado alguns milhões. “Do contrário já teria me aposentado”.

O curioso é que o polêmico tenista só ganhou menos títulos em 2025 do que Carlos Alcaraz, que acaba de vencer o 8º troféu no ATP de Tóquio, no Japão. A campanha neste ano faz Bublik até se candidatar ao ATP Finals, que reúne os oito melhores tenistas da temporada.