Pedro Augusto – 12/03/2025 12h57

Se você acompanha os debates na grande mídia, em universidades e outros espaços, já deve ter notado um padrão: raramente há espaço para opiniões contrárias. Em vez de um verdadeiro debate – onde ideias opostas entram em confronto –, o que vemos, na maioria das vezes, são monólogos travestidos de discussão.
E dentro dessa agenda, um dos temas mais polêmicos é a transexualidade na infância e adolescência. Você provavelmente já viu esse assunto sendo discutido até mesmo em programas matinais da TV aberta.
Os defensores dessa ideia acreditam que crianças podem decidir se identificam como meninos ou meninas e, em alguns casos, até iniciar processos de mudança de sexo. Mas, como isso faz sentido, se essas mesmas crianças não podem atravessar uma rua sozinha por conta da sua imaturidade?
O QUE A CIÊNCIA DIZ?
Entre tantas opiniões e discursos emocionais, alguns fatos precisam vir à tona. A dra. Michelle Cretella, presidente do American College of Pediatricians, levantou um alerta preocupante em um artigo publicado no site The Daily Signal: os tratamentos de mudança de sexo para crianças têm sérios riscos e são baseados em estudos falhos.
Pesquisas com gêmeos, por exemplo, mostram que, se a identidade de gênero fosse determinada exclusivamente por fatores biológicos (DNA e hormônios pré-natais), ambos deveriam se identificar da mesma forma. No entanto, um estudo de 2013 do médico Milton Diamond revelou que, em apenas 28% dos casos, quando um gêmeo se identifica como trans, o outro também o faz.
Além disso, um estudo do Manual de Sexualidade e Psicologia da Associação Pediátrica Americana apontou que entre 75% e 95% dos adolescentes que passam por dúvidas sobre sua identidade acabam aceitando seu sexo biológico na vida adulta. Entre os meninos, esse número chega a 98%, e entre as meninas, a 88%.
BLOQUEADORES DA PUBERDADE E HORMÔNIOS: QUAIS OS RISCOS?
Muitos defensores da transição de gênero em crianças argumentam que o uso de bloqueadores da puberdade é seguro. Mas será que é mesmo?
Uma publicação na revista The New Atlantis alerta que esses medicamentos aumentam os riscos de fraturas ósseas na fase adulta, obesidade, câncer testicular e até comprometimento do desenvolvimento psicológico e cognitivo.
A dra. Cretella também destaca um dado preocupante: não há registros de crianças com disforia de gênero que tenham interrompido o uso desses medicamentos. Um estudo sobre o tema mostrou que 100% das crianças que iniciaram o tratamento com bloqueadores da puberdade continuaram se identificando como trans e passaram para o uso de hormônios cruzados. Isso levanta um questionamento sério: será que o próprio protocolo médico está influenciando as crianças a seguirem esse caminho?
E os riscos não param por aí. O uso de hormônios cruzados aumenta significativamente as chances de diabetes, câncer, doenças cardíacas, coágulos sanguíneos e hipertensão arterial, conforme apontam estudos feitos com adultos.
E O SUICÍDIO?
Um dos argumentos mais utilizados para justificar a transição de gênero em crianças é a suposta redução do risco de suicídio. Mas os dados mostram uma realidade diferente.
Um estudo sueco revelou que pessoas que fazem a cirurgia de mudança de sexo têm uma taxa de suicídio 20 vezes maior do que a população geral. Além disso, estima-se que 90% desses indivíduos já foram diagnosticados com algum transtorno mental antes de recorrer à cirurgia. E mais: não há evidências concretas de que esses suicídios estejam relacionados a preconceito ou perseguição.
O QUE PRECISAMOS DISCUTIR?
A transição de gênero na infância e adolescência é um tema complexo e cheio de nuances. Mas uma coisa é certa: qualquer decisão que envolva crianças precisa ser baseada em ciência, e não apenas em narrativas ideológicas.
Se até a biologia nos mostra que, na maioria dos casos, essas dúvidas desaparecem naturalmente com o tempo, por que acelerar um processo irreversível?
A discussão precisa ser aberta, transparente e baseada em fatos – não em rótulos ou censura. Afinal, o que está em jogo não é uma simples questão de opinião, mas o bem-estar de toda uma geração.
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Pedro Augusto é formado em Teologia pela Faculdade Batista do Rio de Janeiro e também em Jornalismo. |
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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