Lawrence Maximus – 13/12/2024 12h20
A Elite estatal de Damasco manteve ligações com nazistas foragidos e Serviço de Segurança da antiga Alemanha comunista. Sua repressão política marcou a fisionomia do aparato de terror do regime Assad.
Houve uma conexão direta com o regime nacional-socialista da Alemanha (1933-1945), em especial com o capitão da SS Alois Brunner, que escapou para a Síria em 1945. Ele é considerado um dos principais subalternos de Adolf Eichmann, responsável pela perseguição, expulsão e deportação de 6 milhões de judeus.
No entanto, Brunner não era o único membro da SS ou da Wehrmacht (Forças Armadas da Alemanha nazista), outros foram integrados diretamente no Estado-maior sírio, como consultores do Exército e do serviço secreto militar.
As evidências circulam nas redes: as imagens da libertação do presídio de Sednayah, na Síria, são pavorosas. Em seus cinco andares subterrâneos, veem-se indivíduos esqueléticos, outros em celas superlotadas, muitos tendo que ser carregados para fora.
Os libertadores filmaram uma sala em que homens acocorados na penumbra gritam, aparentemente vítimas de distúrbios psíquicos graves em consequência das torturas sofridas. Há os cadáveres de numerosas vítimas de tortura – semelhanças dos horrores do Holocausto.
Segundo a mídia, em Sednayah havia milhares de presos no dia da libertação. Um relatório da ONG Anistia Internacional conclui que, entre setembro de 2011 e dezembro de 2015, lá houve até 15 mil execuções não oficiais.
Entre seus discípulos estiveram futuros figurões, como o general Ali Haidar, durante 26 anos chefe das forças especiais sírias; Ali Dubsa, diretor do serviço secreto militar, ou Mustafa Tlass, o ministro da Defesa do regime Assad responsável pela supressão do levante da Irmandade Muçulmana em 1982, em Hama, com um saldo de 30 mil mortos.
Após a queda vertiginosa do regime Assad e o levante dos jihadistas, o mundo contempla as obscuridades de uma das ditaduras mais brutais do Oriente Médio. Seja qual for o próximo governo, temos uma certeza: o pior de ambos os mundos.
Lawrence Maximus é cientista político, analista internacional de Israel e Oriente Médio, professor e escritor. Mestre em Ciência Política: Cooperação Internacional (ESP), Pós-Graduado em Ciência Política: Cidadania e Governação, Pós-Graduado em Antropologia da Religião e Teólogo. Formado no Programa de Complementação Acadêmica Mastership da StandWithUs Brasil: história, sociedade, cultura e geopolítica do Oriente Médio, com ênfase no conflito israelo-palestino e nas dinâmicas geopolíticas de Israel. |
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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