“O futebol deveria ser o embaixador daquilo que é o exemplo para a nossa sociedade”. Essa foi a resposta de Abel Ferreira ao ser questionado sobre o caso Bruno Henrique.
O atacante do Flamengo se livrou do gancho no STJD após cartão amarelo que levou em 2023 e foi multado em R$ 100 mil – na ocasião, houve mensagens com o próprio irmão, que apostou na punição do camisa 27, sobre tomar ou não um cartão.
Após a derrota do Palmeiras para o Santos por 1 a 0, o técnico Abel Ferreira foi questionado sobre a situação. E fez um longo desabafo.
“Eu sou cidadão paulistano, trabalho há cinco anos no Brasil. Fui muito bem recebido e sou muito grato ao futebol brasileiro e a todas as pessoas que me receberam aqui. O futebol aqui está nos genes da pessoa que vivem aqui, respiram futebol. Portanto, o futebol deveria ser o embaixador daquilo que é o exemplo para a nossa sociedade. Já falei várias vezes. Eu não sou ninguém para julgar o que se passou, essa não é a minha função. Eu só acho que o futebol tem que ser o embaixador do que são os valores, daquilo que é o respeito, ética e educação para as gerações presentes e futuras”, disse Abel.
“Com toda a certeza, o futebol faz parte do nosso sangue e do que depender de mim, farei o que conseguir para tornar o futebol melhor. Sim, somos rivais. Não, não somos inimigos. O futebol precisa de união e acho que é isso que faz realmente a magia do futebol, unir diferentes classes sociais e não o individualismo. É isso o que eu penso. Em relação ao que me perguntaram, eu não tenho mais nada a dizer. Eu olho para o futebol como embaixador dos princípios, valores, ética, respeito e é por isso que eu amo futebol”, afirmou o português, para finalizar.
“Eu sou muito competitivo e tenho que melhorar meu comportamento durante os 90 minutos, mas tenho muito pouco a dizer em relação a isso. O resto, vocês conhecem como funciona melhor do que eu”, completou.
Autor de um gol na vitória por 5 a 1, Bruno falou pela primeira vez após a decisão do STJD – que o multou em R$ 100 mil em última instância. Em desabafo, o atacante afirmou que viu muito ódios das pessoas o julgando antes de uma decisão.
“Agora, o que eu quero fazer é só jogar futebol e esquecer o que ficou para trás e me preparar cada dia mais, treino por treino, jogo por jogo, para eu chegar bem no dia 29 e conquistar esse título que todos nós queremos. Sobre a torcida, não tenho palavras para poder falar aqui. É gratidão eterna por todo carinho, por todo apoio, desde o dia 23 de janeiro de 2019, quando eu cheguei aqui no Flamengo. O carinho já era presente com eles e fica aqui meu carinho sempre e minha gratidão sempre para todos os rubro-negros. Que a gente consiga continuar trilhando essa linda história no Flamengo”.
“A resposta que eu tenho que dar é dentro de campo. As críticas que recebi, por pessoas, jornalistas, a todo tempo falando de uma forma muito pesada. Eu vi muito isso. Muita raiva, muito ódio dessas pessoas. Mas que Deus possa abençoar eles. E a resposta que eu tenho que dar é para o Flamengo e para o nosso torcedor. É isso que vou fazer daqui para frente”, disse Bruno Henrique, para finalizar.
“Acho que, primeiro, minha família foi muito importante para mim, minha esposa, meus filhos, e o clube também, com o Paulo, uma pessoa que não aparece nos bastidores do clube, mas é o terapeuta do Flamengo. Uma pessoa que conversou bastante comigo, me deu apoio nos momentos difíceis. E também tenho uma pessoa fora do clube, que é minha terapeuta também, que me ajudou bastante a ter só o foco no que tinha que fazer dentro de campo. É claro que, em alguns momentos, me atrapalhou, mas eu estava ali para poder fazer o meu melhor. E, de alguma, forma, essa blindagem, com essas pessoas, foi muito importante para mim”.
“Então, tenho que agradecer eles e a minha esposa e meus filhos, que estiveram comigo o tempo todo. Como falei, a resposta que veio foi lá do céu. Foi Ele que meu deu forças. Se estou hoje no futebol foi porque Ele quis. Comecei com 21 anos de idade. Então, é Deus que me defini, é Deus que vai poder me julgar, é Deus que vai saber a hora de eu parar ou não”, finalizou.


