A vitória do Palmeiras por 2 a 1 sobre o Atlético-MG, neste sábado (28), no Brinco de Ouro da Princesa, pelo Campeonato Brasileiro, rendeu muito mais do que os três pontos e a diminuição da distância para o líder Botafogo, que só empatou no último jogo desta noite.
Em entrevista coletiva após o confronto, o técnico Abel Ferreira elogiou a postura de Raphael Veiga, autor dos dois gols, e aproveitou para trazer uma reflexão sobre a realidade enfrentada pelos jogadores. Sobrou até para astros do futebol mundial, como Lionel Messi, Neymar, Cristiano Ronaldo e Guardiola.
Alvo de cobranças da torcida e com menos minutos que o habitual, Veiga não dispensou a oportunidade como titular e foi fundamental para o triunfo que recolocou o alviverde na liderança do campeonato. Diante disso, Abel foi além e fez uma ressalva sobre o momento atual.
“Primeiro é entendermos que os jogadores não são máquinas. A gente olha para o jogador e ele é sempre obrigado a render o máximo. Ninguém consegue estar sempre no topo, ninguém! Nem o Messi, Ronaldo, Neymar, Guardiola… ninguém! Por isso nós temos um elenco com 24 jogadores, que é para quando um não estar bem, ele sai e dá a vez ao outro. O Veiga não estava bem, tive conversas com ele”, admitiu o técnico, que também salientou sobre a competitividade no elenco.
“Colocar o jogador fora não significa castigá-lo. Colocar ele fora é entender que às vezes é preciso para ganhar novas energias e até para ficar chateado com o treinador. Eu não quero que os jogadores fiquem satisfeitos quando fiquem fora. Quando o jogador não joga e fica satisfeito é porque ele está acomodado e quando ele está acomodado temos que trocar. Eu gosto de ver jogadores que respeitem decisões do treinador e que quando são chamados, deem uma resposta. Foi isso que eu fiz. Assim nós fortalecemos o espírito coletivo da nossa equipe”, completou.
Setembro Amarelo
Ao abordar sobre a relação com os jogadores, Abel também aproveitou para exaltar a campanha Setembro Amarelo, que visa conscientizar sobre a importância da saúde mental. O técnico, inclusive, chegou a usar um laço em prol do movimento à beira do gramado.
“Eles (jogadores) sabem quais são os critérios de escolha treinador: rendimento, comportamento e estratégia. Hoje a grande mensagem que eu gostaria de passar é que o Setembro Amarelo não deveria ser só em setembro, deveria ser prolongado no ano todo. Precisamos estar atentos e cuidando uns dos outros, porque não sabemos o que está passando na cabeça de cada um. A vida vale a pena. Se entendermos isso, se pensarmos que tudo vai correr bem. Mais do que essa mensagem, queria falar que meus jogadores foram incríveis, nossos torcedores foram extraordinários e a todos eles o meu muito obrigado”, finalizou.