Logo após garantir vaga nas quartas de final do Mundial de Clubes, com a vitória sobre o Botafogo, o técnico Abel Ferreira abriu o coração em coletiva de imprensa. Misturando desabafo, gratidão e afirmações sobre seu futuro no futebol, o comandante do Palmeiras falou sobre os pedidos da torcida por mudanças na escalação, as críticas ao seu trabalho e o carinho que sente pelo clube.

O português comparou os comentários de torcedores a opiniões de especialistas e explicou como lida com as cobranças: “Eu preciso dessa gasolina para despertar o espírito competitivo. Ainda bem que há muitos treinadores – o futebol precisa disso. Tenho um anel fininho de ouro do meu casamento. Mas, para saber quanto ele vale, preciso levar a um especialista. Especialistas de futebol eu ouço. Opiniões são só opiniões – e está tudo certo.”

Abel aproveitou para rebater a narrativa de que seu ciclo no Palmeiras estaria encerrado, e afirmou que as críticas, em vez de desanimar, o motivam ainda mais.

“Dizem que acabou o ciclo, e isso me dá uma vontade de trabalhar mais. Depois de tudo que nós fizemos, as pessoas não valorizam. Esse treinador aqui valoriza o futebol brasileiro.”

Em tom mais emotivo, Abel refletiu sobre seu momento de carreira e o ambiente que encontrou no Verdão e fez muitos elogios à Leila Pereira:

“Às vezes eu penso se vale a pena continuar, mas no Palmeiras sim, pela minha família sim, mas de resto coloco dúvidas. Mas por aquilo que vivo no Palmeiras, não vou encontrar em lugar nenhum, nem jogadores que tem, nem a família, isso tenho certeza. Não joguei em muitos clubes, e sempre falo que tem que valorizar quem cuida, quem me ajuda a crescer. Eu não vou dizer o que a Leila me disse após o jogo com o Miami, mas é uma sorte ter uma presidente como ela. E por isso gosto tanto que gosto tanto do Palmeiras dentro do CT e dos torcedores, que são únicos, acho que não vou encontrar em lugar nenhum. Vou desfrutar dos meus jogadores o máximo, clubes como o Palmeiras existem muito poucos nos dias de hoje.”

À CazéTV, Abel reforçou que seu foco está no trabalho e que não se incomoda com quem insiste em questioná-lo: “Parece que tem que estar sempre provando sua qualidade, mas eu não preciso provar nada. Provo pra mim mesmo. Sei como a gente ganha, como a gente perde, sei o que fazemos. Quando tem que arranjar soluções, eu arranjo. Quando tem que assumir, eu assumo.”

Com tom firme e sereno, o treinador encerrou com um recado direto para quem acompanha o Palmeiras de perto.

“Aqueles que realmente entendem o jogo, percebem que o Palmeiras nunca faz sempre a mesma coisa. E isso também me alimenta, me desafia. E me dá ainda mais vontade de continuar fazendo história.”

Passado o Botafogo, o Palmeiras se prepara agora para as quartas de final do Mundial, na próxima sexta-feira (4), às 22h (de Brasília).

Onde assistir ao Mundial de Clubes?

O Mundial de Clubes tem transmissão ao vivo pela CazéTV, disponível sem custo adicional no Disney+