Nesta quarta-feira (3), em Belo Horizonte, o Palmeiras até fez a sua parte e venceu o Atlético-MG por 3 a 0, mas o resultado não foi suficiente para manter o Alviverde na briga pelo título do Brasileirão, que ficou com o Flamengo. E após o duelo, o técnico Abel Ferreira deu entrevista com aspas fortes.
Em coletiva na Arena MRV, o comandante português falou sobre o novo fracasso com o Palmeiras, confirmando uma temporada sem títulos, reconheceu os méritos do Flamengo, mas subiu o tom ao relembrar as suas conquistas “sem asteriscos” à frente do Verdão.
Abel ainda foi questionado sobre possível mudanças no Palmeiras para a próxima temporada e foi categórico que elas devem acontecer, mas não no Alviverde. E aproveitou para explicar o beijo que deu na medalha de vice da CONMEBOL Libertadores, em Lima, no Peru.
“Precisa de mudanças, mas não é no Palmeiras. Vocês sabem o que eu estou falando. A mim, só me engana a quem eu quero. Eu só quero dizer aos nossos torcedores o seguinte. O Palmeiras é um clube diferente e especial. Eu, mais do que tudo, sou um treinador de relações. Mas a mim, só me engana quem eu quero. Hoje aconteceu um lance, dentro do campo, exatamente igual a o que aconteceu na final da Libertadores. Os títulos que eu ganhei no Palmeiras não têm asteriscos. Aos palmeirenses, vou dizer o seguinte: a mim, como treinador, só me engana quem eu quero. Sim, perdemos. Sim, fomos vices. Aliás, esse ano fomos vice em quase todas as competições”, disse.
“Mas vocês viram o beijo que dei na medalha. Foi um beijo na medalha e no símbolo do Palmeiras. Eu tenho orgulho de estar no Palmeiras e ser palmeirense. Não há asteriscos. Ganhamos, perdemos, jogamos mal, mas tenho orgulho de ser do Palmeiras. Não há asteriscos nos nossos títulos. Jogamos o máximo que conseguimos. Concordo com a nossa presidente. Quantas vezes vocês me ouviram dizer que seria contra tudo e contra todos? Quantas vezes me ouviram dizer que depois do jogo do São Paulo muita coisa mudou? A mim só me engana quem eu quero. Tenho orgulho em ser treinador do Palmeiras”, prosseguiu.
“Vou voltar a dizer o que disse aqui várias vezes. O dia que vocês sentirem que eu não represento o Palmeiras à altura do Palmeiras, não quero receber mais nenhum real em relação ao meu trabalho aqui. Quero ser solução. Mas em cima do que aconteceu, do que vimos ainda hoje… A mim só me engana quem eu quero. Não beijei aquela medalha por acaso. Todos vocês ouviram o que eu disse ao presidente da Conmebol. A nós ninguém despenalizou o Andreas pelo amarelo levado em um lance que não era para amarelo. Lembram-se disso? Parabéns ao Flamengo, foi vencedor dessa competição e da Libertadores, tem um excelente elenco, um excelente treinador, é um clube muito bem organizado… mas eu tenho muito orgulho nos vices que eu tive, que tenho, por tudo aquilo que fizemos. Eu sei o que fizemos, e vocês viram o mesmo que eu. Será que uma expulsão condiciona o resultado do jogo? Não sei.”
Em relação ao seu futuro no Palmeiras, Abel reafirmou o compromisso de renovar o seu vínculo no clube, como antecipado pelo treinador antes da final da Libertadores com o Flamengo.
“Ouviu o que eu falei na sexta-feira (em Lima)? Ouviu o que eu falei depois da eliminação para o Corinthians? Ouviu o que a presidente falou? Sobre esse assunto não tenho mais nada a dizer. Nossa presidente também. Já falamos muito sobre esse assunto durante o ano, então não tenho que ficar repetindo. Eu dei a minha palavra para a presidente, a partir do jogo com o Corinthians, quando nossa presidente teve uma reunião comigo e eu dei minha palavra. Ela entendeu e entende que eu sou treinador de projeto, treinador que fez a reformulação dessa equipe, e quer que eu continue até 2027. E eu disse que nunca seria um problema para o Palmeiras, serei sempre uma solução. Não tenho nada a acrescentar”, finalizou.


