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ABPA confirma Brasil como terceiro maior exportador de carne suína ‘em breve’

O Brasil deve assumir ainda este ano a terceira posição no ranking mundial de exportadores de carne suína. A avaliação é do presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin. Segundo ele, dados mostram que o Canadá, atual terceiro colocado, deve encerrar 2025 com cerca de 1,3 milhão de toneladas, enquanto o Brasil caminha para 1,4 milhão.

Produção brasileira cresce e exportações também

A produção nacional deve alcançar 5,55 milhões de toneladas em 2025, alta de 4,6% em relação ao ano passado. Para 2025, a projeção de é de crescimento de 2,7%, com até 5,7 milhões de toneladas. Santin explica que o ritmo moderado se deve ao peso médio dos animais.

“A produção cresce menos porque o peso aumentou e se mantém em níveis superiores aos do ano passado”, diz. O cenário garante, porém, uma disponibilidade positiva no mercado interno e consumo de até 9,5 quilos por habitante em 2026.

As exportações também seguem firmes e devem subir 10% neste ano, com 1,45 milhão de toneladas, podendo chegar no ano que vem com aumento de até 4%, com 1,55 milhão de toneladas.

Europa enfrenta queda e novos casos de peste suína africana

A perda de espaço dos concorrentes favorece o Brasil. A União Europeia, que começou o ano com crescimento, registra queda nos embarques. Santin destaca que “a Europa está enfrentando a grande dificuldade da peste suína africana, agora encontrada em javalis selvagens na Espanha”.

O país, maior exportador do bloco e responsável por 23% da produção europeia, enfrenta restrições comerciais. “Alguns países já fecharam totalmente para a Espanha, e a China fechou oito plantas na Catalunha”, afirma.

Além disso, ele reforça que o Brasil não comemora problemas alheios, mas precisa reconhecer que esses episódios têm efeitos comerciais que podem abrir espaço para o produto brasileiro.

EUA e Canadá perdem ritmo de exportação

Nos Estados Unidos, as exportações caíram 3,5% entre janeiro e julho. O país não tem surto de peste suína africana, mas, segundo Santin, o consumo interno cresce devido à menor oferta de carne bovina: “Há menos carne bovina no mercado, o que puxa o consumo de suínos internamente.”

O Canadá também perdeu fôlego. Após crescimento de até 3,9% até agosto, os embarques passaram a cair. Santin afirma que, pela média do ano, a exportação canadense deve fechar em 1,3 milhão de toneladas, abaixo da previsão inicial de 1,45 milhão, cenário que abre a brecha para o Brasil assumir a terceira colocação.

China mantém demanda estável e pode ampliar espaço para o Brasil

A China mantém importações entre 1,3 milhão e 1,5 milhão de toneladas. Santin explica que 52% do que a China importa no mundo são miúdos, categoria em que o Brasil pode crescer caso avance a habilitação de plantas do Rio Grande do Sul, Paraná e Rondônia.

Ele afirma que a combinação entre o perfil das compras chinesas e os novos casos de peste suína africana na Espanha cria “um espaço que pode se abrir para o Brasil, sempre dependendo das avaliações técnicas feitas pelos chineses”.

Filipinas permanecem como maior importador do Brasil

As Filipinas seguem como principal destino da carne suína brasileira. O país enfrenta forte queda na produção, pressionada por 31 focos ativos de peste suína africana. “As Filipinas têm mais de 130 casos no ano, o que impacta muito a produção”, diz Santin.

A previsão inicial era de 630 mil toneladas, mas o país já importou 680 mil toneladas até setembro, alta de 20% em relação ao ano passado. Com isso, o Brasil detém 42% desse mercado. Para Santin, as Filipinas devem seguir como o maior comprador da proteína brasileira por mais um ou dois anos, até conseguirem controlar a doença.

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