As fabricantes de automóveis no Reino Unido informaram que os lançamentos de novos modelos não contarão mais com CD players, optando apenas por sistemas de streaming digital. Essa decisão marca o encerramento de mais de quatro décadas de utilização do CD player como parte dos sistemas de entretenimento nos veículos.

A última empresa a fornecer essa opção foi a Subaru, que recentemente eliminou o recurso de seus carros. Com isso, todas as principais marcas estão se direcionando para tecnologias como Apple CarPlay e Android Auto. Contudo, essa mudança gerou críticas, especialmente em um momento em que as vendas de CDs apresentaram um crescimento.

Segundo a Digital Entertainment and Retail Association (ERA), as vendas de CDs no Reino Unido aumentaram 3,2% no primeiro semestre de 2024. Isso indica um interesse renovado pela música física, com 15% da população adulta britânica afirmando que ainda escuta CDs em seus veículos. Kim Bayley, CEO da ERA, enfatizou que as montadoras estão sendo míopes ao eliminar os CD players, desconsiderando uma parcela significativa do público que ainda prefere ouvir música em formato físico (via NME).

Embora os dados mais recentes sobre audição de CDs tenham caído nos últimos cinco anos (2019: 27,6% no carro e 31,2% em casa, segundo a Music Week), ainda há cerca de sete milhões de pessoas, o que representa aproximadamente 20% dos 34,5 milhões de motoristas ativos.

A experiência com o vinil mostra que nunca se deve descartar um formato musical. Mesmo hoje, 50% mais pessoas afirmam que ouvem música em CD do que em vinil. O aumento do consumo de música física também é evidenciado pelo sucesso de artistas como Taylor Swift, cujo álbum The Tortured Poets Department vendeu 172.000 CDs no Reino Unido em 2024. Esse número supera até mesmo as vendas dos três carros mais vendidos no país no último ano.

No Brasil, não existe legislação que exija que as montadoras incluam CD players nos veículos, e a tendência global também está sendo adotada no mercado brasileiro. Assim como no Reino Unido, os automóveis vendidos no país estão cada vez mais voltados para sistemas digitais e streaming. Contudo, assim como ocorre internacionalmente, ainda há um público que prefere consumir mídias físicas.

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