Os 59 jogadores do Draft 2025 na NBA já foram selecionados por suas equipes. Com muitas trocas tanto na primeira quanto na segunda noite, várias franquias enxergaram nesta classe a oportunidade para virar a chave do elenco para as próximas temporadas.
Mas ao longo da história alguns grandes nomes da NBA chegaram à liga por outras vias que não o draft. Os dias seguintes ao da seleção dos atletas universitários, inclusive, costumam ser recheados de contratos curtos para os jogadores ‘ignorados’, que ganham uma chance de mostrar nos treinamentos e na Summer League o porquê merecem um espaço no elenco.
Alguns deles, porém, se destacam mais que os outros. Vamos a eles.
Ben Wallace – 1996
O lendário pivô foi esnobado no draft de 1996. Mas o Washington Bullets (atual Washington Wizards) resolveu dar uma chance para o jogador vindo de Virginia Union. Mas demorou três temporadas para Wallace conquistar seu espaço no elenco. Passou um ano no Orlando Magic, até que desembarcou em Detroit em 2000. Logo em sua primeira temporada pelos Pistons ficou em 5° lugar no prêmio de melhor defensor, honraria que conquistou quatro vezes nos cinco anos seguintes. Foi peça fundamental no título de 2004 e no vice de 2005, sendo lembrado até hoje como um dos grandes defensores da história da NBA – que quase não entrou na liga anos antes.
Udonis Haslem – 2002
A personificação do que é ser um jogador do Miami Heat. Haslem não foi selecionado em 2002, mas no ano seguinte assinou um contrato com a franquia da Florida, onde passou 20 temporadas – a maior sequência de um jogador não draftado na história da liga. Em quadra, foi peça fundamental nos títulos de 2006, 2012 e 2013, além de fazer parte do elenco nas outras grandes campanhas nos playoffs da equipe. Seu jogo permitia que as outras estrelas brilhassem enquanto ele fazia o ‘trabalho sujo’, com ações que pouco refletem nas estatísticas. Ao longo da carreira concorreu aos prêmios de melhor defensor e melhor sexto homem da temporada. Apesar de nunca ter vencido as honrarias individuais, é um dos grandes ídolos da franquia, mesmo entrando em quadra em poucas oportunidades em suas últimas temporadas.
Fred VanVleet, 2016
Uma pessoa de 1,83m é considerada bem baixa para os padrões da NBA. Ainda assim, VanVleet recebeu uma chance do Toronto Raptors. Não teve muitas chances na primeira temporada, mas fez bonito na G-League. A dedicação gerou um espaço no elenco a partir de 2017, quando foi considerado um dos melhores reservas da NBA. Dois anos depois, peça crucial no título contra o Golden State Warriors. FVV passou oito temporadas no Canadá até chegar ao Houston Rockets, onde é um dos principais nomes de uma das equipes com maior potencial para a próxima temporada. All-Star em 2022, VanVleet se tornou um ótimo pontuador, mas seus principais atributos são defensivos e de liderança dentro dos elencos que faz parte.
John Starks, 1988
Imagine não ser draftado por nenhuma equipe, ganhar uma chance nos Warriors, não conseguir ter um bom desempenho e deixar a NBA menos de um ano depois ter a grande oportunidade de sua carreira. Foi o que aconteceu com John Starks em 1988/89. Mas em 1990 o New York Knicks apostou no jovem ala com um estilo único para a época, com muita fisicalidade, mas também um chute de três pontos apurado. O risco foi pago – e muito bem. Starks logo se tornou um dos rostos de NY, sendo eleito All-Star em 1994, temporada que os Knicks chegaram até à final da NBA. E apesar do grande volume do perímetro, Starks é lembrado até hoje pela energia que trazia vindo do banco, vencendo, inclusive, o prêmio de melhor sexto homem em 1997, além de colecionar lances icônicos com a camisa azul e laranja.
Alex Caruso, 2016
O ‘efeito Caruso’ está fresquinho na memória de todos os fãs da NBA. O ‘vovô’ de 30 anos do elenco do Oklahoma City Thunder era a peça que faltava para elevar o nível da franquia até o título semanas atrás contra o Indiana Pacers. A beleza da história é que a equipe que abriu as portas para o ala foi justamente a de OKC em 2016, com um espaço no time da G-League. As boas atuações renderam uma chance no Los Angeles Lakers na temporada seguinte, se tornando um dos principais nomes do título em 2020. Mas seu impacto só foi sentido de verdade quando ele foi liberado da franquia da California e suas funções nunca conseguiram ser repostas. Após bons anos nos Bulls, foi contratado por Oklahoma para repetir a dose de cinco anos antes e fazer a diferença nas finais.
Outros grandes nomes não draftados
A lista de histórias de superação de atletas que não tiveram seu nome ‘cantado’ no Draft é longa. Além dos citados, também tiveram destaque ao longo da NBA jogadores como Bruce Bowen, Austin Reaves, JJ Barea, Avery Johnson, Brad Miller, Jeremy Lin, Wesley Matthews, entre outros.