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Agricultora indígena de Roraima transforma cupuaçu em jujubas e fortalece economia local

Na comunidade indígena Kauwê, em Pacaraima, ao norte de Roraima, o sabor amazônico do cupuaçu ganhou um novo significado nas mãos de Vera Lúcia, uma agricultora que encontrou em uma antiga receita nova oportunidade de negócio.

Com uma receita caseira, ela deu origem a um pequeno negócio de jujubas que hoje movimenta a economia local e inspira boas práticas ambientais.

“O cupuaçu sempre fez parte da nossa vida. Um dia testei uma receita e vi que aquilo tinha futuro”, conta Vera, ao relembrar o início de sua trajetória.

A produção, que antes se limitava a poucos quilos, alcançou 30 quilos mensais – um volume que não só garante o sustento da família -, mas também espalha um exemplo de sustentabilidade enraizado na cultura indígena.

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Produção sustentável e economia circular

Hoje, além de usar a polpa do cupuaçu produzido em sua propriedade, ela compra o fruto de outras comunidades de Roraima e do Amazonas, valorizando a produção regional e ampliando seu impacto.

Para atender às exigências legais, adaptou um imóvel urbano onde funcionará a futura agroindústria. 

“Queria montar tudo na comunidade, mas a legislação não permite. Seguimos com o nosso propósito”, diz.

Vera Lúcia, produtora de jujuba de cupuaçu.Vera Lúcia, produtora de jujuba de cupuaçu.
Vera Lúcia, produtora de jujuba de cupuaçu. Foto: Divulgação | ASN RR

Na propriedade da Vera, não se utiliza insumos químicos, ela adota práticas como compostagem, adubação orgânica e reaproveitamento de resíduos. As embalagens são produzidas com papel reciclado, confeccionadas por uma moradora local, fortalecendo a economia circular.

Além das jujubas, Vera também produz café, licor e condimentos como urucum, cúrcuma e pimenta rosa. Cada item possui gestão própria, com reinvestimento dos lucros na produção.

“Nunca precisei de empréstimos nem de investidores. Tudo que temos foi conquistado com o lucro da produção”, afirma com orgulho.

A história de Vera Lúcia é um exemplo de como inovação e tradição podem caminhar juntas. Ela mostra que é possível empreender com propósito, usando ingredientes da própria terra, sem abrir mão da identidade, da coletividade e da floresta.

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