O resultado do PIB brasileiro no segundo trimestre de 2025 mostrou dois movimentos distintos: de um lado, uma desaceleração em relação ao início do ano; de outro, a confirmação de que a agropecuária continua sendo um dos pilares da economia nacional.
De abril a junho, a economia cresceu 0,4% em relação ao trimestre anterior, abaixo dos 1,3% registrados no começo do ano. Ainda assim, na comparação anual, o avanço foi de 2,2%, e no acumulado do semestre, 2,5%.
O setor de serviços, que representa 70% do PIB, cresceu 0,6%, impulsionado por tecnologia, transporte e finanças. A indústria avançou 0,5%, com destaque para a extração mineral, que subiu 5,4%.
Já a agropecuária recuou 0,1% no trimestre, reflexo da sazonalidade das safras. Mas isso não significa perda de relevância. Pelo contrário: no recorte de 12 meses, o setor cresceu 10,1%, desempenho que sustentou grande parte do crescimento da economia.
O peso do agro no PIB
Segundo os dados, três setores — agropecuária, indústrias extrativas e serviços — responderam por 60% da alta anual do PIB. Sozinha, a produção rural garantiu boa parte do resultado, mostrando que mesmo em um trimestre mais fraco, o campo é a base da expansão.
O balanço deixa claro: a economia brasileira continua dependente do desempenho do agro. Isso mostra a força do setor, mas também revela a necessidade de ampliar investimentos, tecnologia e planejamento para que o crescimento não fique tão sujeito ao ritmo das safras.
O recado é simples: sem o campo, não há PIB robusto no Brasil.


*Miguel Daoud é comentarista de Economia e Política do Canal Rural
O Canal Rural não se responsabiliza pelas opiniões e conceitos emitidos nos textos desta sessão, sendo os conteúdos de inteira responsabilidade de seus autores. A empresa se reserva o direito de fazer ajustes no texto para adequação às normas de publicação.