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AGU aciona STF por ‘operação suspeita’ antes de tarifa de Trump

Uma movimentação bilionária no mercado de câmbio dos Estados Unidos, ocorrida poucas horas antes da decisão econômica do presidente Donald Trump que estabeleceu a tarifa de 50% a produtos brasileiros, levou a Advocacia-Geral da União (AGU) a solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) nova apuração no inquérito envolvendo Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

A AGU alega que as operações de compra e venda de dólares, veiculadas por reportagem do Jornal Nacional, podem indicar o uso de informações privilegiadas, prática conhecida como insider trading, envolvendo pessoas ou empresas com acesso antecipado a informações econômicas sigilosas.

Em comunicado oficial, a AGU destacou que o inquérito já investiga se as tarifas foram usadas como instrumento de pressão premeditada contra a Justiça brasileira. Eduardo Bolsonaro, atualmente licenciado e há meses nos Estados Unidos, tem mantido encontros com autoridades locais.

As acusações da AGU contra Eduardo

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O deputado Eduardo Bolsonaro, durante entrevista à imprensa, em Brasília, – 19/11/2024 | Foto: Lula Marques/Agência Brasil

No documento enviado ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, a AGU argumenta que os fatos relatados sugerem que a conduta de Eduardo pode ir além da obstrução da Justiça, envolvendo “possíveis ganhos financeiros irregulares”.

“À luz dos fatos noticiados, podemos inferir que eles se inserem em contexto no qual os fatos já em apuração neste inquérito estão além dos ilícitos penais já indicados na Pet 14.129 pela Procuradoria-Geral da República, relacionados à obstrução da Justiça, mas também com possíveis ganhos financeiros ilícitos, mediante os mesmos fatos que buscaram impor embaraço à aplicação da lei penal”, afirmou a AGU.

Além disso, a AGU encaminhou as informações à Procuradoria-Geral da República e solicitou à Comissão de Valores Mobiliários que adote providências prioritárias. “A AGU pontua que, além da esfera criminal, o uso ilícito de informação privilegiada enseja responsabilidade civil e administrativa, inclusive por prejuízos ao mercado e a investidores”, declarou o órgão.

Operações antes do tarifaço de Trump

Segundo dados do Jornal Nacional, uma ordem de compra de dólares entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões foi realizada às 13h30 de 9 de julho, em Washington, quando o dólar estava cotado a R$ 5,46.

Pouco depois do anúncio de Trump, às 16h17, o mesmo montante foi vendido, já com o dólar valendo R$ 5,60. Especialistas consultados pela Rede Globo estimaram que a operação rendeu entre 40% e 50% de lucro em apenas três horas.

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