A Al Jazeera acusou o Exército israelense de matar cinco jornalistas da emissora. As Forças de Defesa de Israel (FDI) confirmaram o ataque, que ocorreu neste domingo, 10, no leste da Cidade de Gaza.
+ Leia mais notícias de Mundo em Oeste
Um dos jornalistas mortos na operação se chamava Anas al-Sharif. Os soldados israelenses acusam o repórter de fazer parte do grupo terrorista Hamas. A Al Jazeera nega a acusação. O correspondente Mohammed Qreiqeh, junto dos cinegrafistas Ibrahim Zaher, Mohammed Noufal e Moamen Aliwa também foram mortos.
Exército de Israel acusa jornalista de pertencer a uma célula terrorista
Os funcionários da Al Jazeera estavam em uma tenda para a imprensa, segundo a rede de televisão. Em nota, as Forças Armadas israelenses alegaram que “al-Sharif atuou como chefe de uma célula terrorista do Hamas e foi responsável por promover ataques de foguetes contra civis israelenses e tropas das FDI”.
O comunicado ainda acrescentou que “um crachá de imprensa não é um escudo para o terrorismo” e apresentou documentos que comprovam a ligação de Sharif com o Hamas.
🎯STRUCK: Hamas terrorist Anas Al-Sharif, who posed as an Al Jazeera journalist
Al-Sharif was the head of a Hamas terrorist cell and advanced rocket attacks on Israeli civilians and IDF troops.
Intelligence and documents from Gaza, including rosters, terrorist training lists and… pic.twitter.com/ypFaEYDHse— Israel Defense Forces (@IDF) August 10, 2025
A nota militar, contudo, não mencionou os outros quatro jornalistas mortos, e a Al Jazeera não divulgou as idades dos demais. Momentos antes de morrer, Sharif publicou no X relatos sobre o bombardeio em Gaza. O jornalista tinha mais de 550 mil seguidores na rede social.
Segundo a Al Jazeera, o ataque buscou “silenciar vozes em antecipação à ocupação de Gaza” e denunciou uma suposta “campanha de incitação” do Exército israelense contra os repórteres.
O pronunciamento dos terroristas do Hamas
O Hamas também se pronunciou. Os terroristas afirmaram que as mortes dos jornalistas poderiam “indicar o começo de uma nova ofensiva militar israelense”, que pode ocorrer depois do anúncio do plano do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para ocupar Gaza, feito na quinta-feira 7.


Em julho, Avichai Adraee, o porta-voz militar israelense, divulgou um vídeo nas redes sociais em que acusa Sharif de integrar a ala militar do Hamas. Na ocasião, Irene Khan, relatora especial da Organização das Nações Unidas, declarou que as acusações “não tinham fundamento”.
Leia mais: “Se Israel atacasse o Inferno, a velha mídia elogiaria Lúcifer”, reportagem de Carlo Cauti publicada na Edição 274 da Revista Oeste
No ano passado, o gabinete de Netanyahu encerrou as atividades da Al Jazeera em Israel. O premiê alegou risco à segurança nacional. A emissora, financiada pelo Catar desde 1996, mantém postura crítica à atuação militar israelense em Gaza e tem presença constante na cobertura local.