O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse nesta quarta-feira, 24, ao voltar de viagem internacional, que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), tem obrigação de colocar em pauta o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
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Flávio apresentou um novo pedido de cassação de Moraes, relator dos processos do 8 de janeiro e dos casos relativos à suposta tentativa de golpe, que envolve Jair Bolsonaro e aliados. Para o senador, houve ilegalidades e abusos na condução desses processos.
As críticas a Moraes engrossaram depois que ele determinou que o ex-presidente use tornozeleira, não use redes sociais e, mais recentemente, impediu Bolsonaro de dar entrevistas que sejam veiculadas em redes sociais.
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Flávio retornou a Brasília, de uma viagem a Portugal, nesta quarta-feira, 23. Ainda no aeroporto internacional da capital federal afirmou ao Metrópoles que pretende procurar Alcolumbre para detalhar o novo pedido.
“É a obrigação do presidente do Senado, com o pedido de impeachment bem formulado e fundamentado, que ele paute isso e o plenário decida”, declarou ao Metrópoles. “É o que nós estamos pedindo já há alguns anos em função de o Senado não agir. É por isso que a democracia chegou nesse ponto de esculhambação que está hoje, porque o Alexandre de Moraes tem a certeza, parece que tem a garantia, tem um seguro com qualquer presidente do Senado, que nenhum pedido de impeachment vai andar no Senado contra ele.”
Em ocasiões anteriores, o presidente do Senado manifestou sua posição contrária ao avanço de processos de impeachment contra ministros do STF.
Eventuais sanções a Alcolumbre atrapalham, diz Flávio
O senador Flávio Bolsonaro também comentou informações não oficiais de que Alcolumbre e Hugo Motta, presidente da Câmara, também poderiam ter seus vistos de entrada nos Estados Unidos revogados pelo governo Donald Trump.
A possível medida seria uma resposta semelhante às sanções direcionadas a Moraes e outros ministros do STF que corroboram as medidas contra Bolsonaro, contra quem Trump considera que está sendo feita uma injusta perseguição judicial e política.


Flávio Bolsonaro avaliou que essas sanções, caso confirmadas, poderiam dificultar ações da oposição no Congresso, principalmente em temas como anistia e projetos para restringir a atuação do Judiciário.
O senador declarou: “Eu sou sempre do diálogo, de construir, de conversar, mas quando há uma intransigência e nada mais pode ser feito… Eu só enfatizo de novo: é uma possibilidade que pode ser que esteja lá na mesa do Trump, mas a gente não tem nenhum controle sobre isso. Eu acho que isso, obviamente, gera um espírito de corpo aqui, de mais unidade em torno do Alexandre de Moraes”.