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Alemanha suspende fornecimento de armas a Israel

O primeiro-ministro da Alemanha, Friedrich Merz, informou nesta sexta-feira, 8, a suspensão das exportações de armas e equipamentos militares a Israel. A decisão responde à aprovação do governo israelense, nesta quinta-feira, 7, de uma iniciativa para controlar totalmente a Faixa de Gaza.

O plano, anunciado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu na última segunda-feira, 4, prevê o avanço das Forças Armadas e a imposição de novas restrições territoriais aos civis palestinos. De acordo com autoridades israelenses, a operação militar será acompanhada de assistência humanitária destinada somente à população que permanecer fora das regiões de combate.

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No entanto, o deslocamento compulsório dos civis e a redução do espaço permitido para permanência da população local podem agravar a situação humanitária no território. Merz destacou que a prioridade do governo alemão continua sendo a libertação dos reféns israelenses e o progresso nas negociações por um cessar-fogo.

“O governo alemão acredita que a ação militar ainda mais dura na Faixa de Gaza, decidida pelo gabinete israelense na noite passada, torna cada vez mais difícil ver como esses objetivos podem ser alcançados”, afirmou Merz. “Nessas circunstâncias, o governo alemão não aprovará nenhuma exportação de equipamentos militares que possam ser usados na Faixa de Gaza até novo aviso.”

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, classificou o plano israelense como um “erro” e pediu ao governo de Netanyahu que reconsidere imediatamente a decisão. “Essa ação não contribuirá em nada para pôr fim ao conflito nem para alcançar a libertação dos reféns. Apenas provocará mais massacres”, declarou.

Outros países também se manifestaram. A China expressou “profunda preocupação” com o cenário, enquanto a Turquia cobrou do Conselho de Segurança da ONU medidas concretas para barrar a implementação do plano e repudiou a ampliação da violência. O Ministério das Relações Exteriores turco ainda enfatizou a necessidade de interromper as ações militares e buscar um acordo de dois Estados.

ONU critica plano de ocupação de Israel em Gaza

O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, defendeu o cancelamento imediato do plano de ocupação militar. Em comunicado, Türk afirmou que a medida “vai contra a decisão da Corte Internacional de Justiça segundo a qual Israel deve encerrar sua ocupação o mais rápido possível, da realização da solução acordada de dois Estados e do direito dos palestinos à autodeterminação.”

O gabinete israelense também aprovou uma lista de cinco exigências para negociar o fim da guerra com o Hamas: desarmamento total do grupo, libertação dos 50 reféns ainda detidos, desmilitarização completa de Gaza, manutenção do controle de segurança por Tel Aviv e formação de um governo civil alternativo sem a presença do Hamas ou da Autoridade Palestina. A estimativa é de que 20 reféns estejam vivos.

Antes da reunião do gabinete, Netanyahu reforçou, à emissora Fox News, a intenção de assumir o controle militar de toda a Faixa de Gaza, transferindo depois o comando civil a um novo órgão administrativo. Questionado sobre o domínio de todo o território palestino, declarou: “Pretendemos, para garantir a nossa segurança e retirar o Hamas de lá”, acrescentando que não deseja governar Gaza.

+ Leia também: “Macron brinca com fogo ao reconhecer Estado Palestino“, artigo de Brendan O’Neill, da Spiked, publicado na Edição 282 da Revista Oeste


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