
A produção de grãos no Maranhão deve enfrentar uma safra marcada por fortes desafios. Em entrevista ao Soja Brasil, o presidente da Aprosoja Maranhão, José Carlos Oliveira, afirmou que o estado ainda tem “um percurso muito grande a ser percorrido”, especialmente devido às longas distâncias e à falta de estrutura logística.
Segundo Oliveira, a expectativa é que o Maranhão plante 1,6 milhão de hectares de soja, somando áreas de sequeiro e irrigadas por pivô. Para o milho, a projeção é de 200 mil hectares na primeira safra e entre 600 mil e 1 milhão de hectares na segunda safra.
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“Alguns sojicultores vão plantar até sem adubo porque não têm dinheiro. Não houve financiamento na maior parte dos casos, porque os bancos hoje exigem hipoteca, e o agricultor já vem trabalhando há anos com outras hipotecas”, afirmou.
De acordo com o presidente, a falta de recursos deve resultar em queda na produtividade, com estimativa de redução entre 10% e 20%, levando a uma baixa na produção.
Os custos elevados também pressionam o produtor. “Os fertilizantes e os herbicidas estão em patamar elevado. Sem contar o frete, que vem subindo a cada dia e diminuindo o preço das commodities”, disse.
Outro entrave citado por Oliveira são as novas exigências das tradings para viabilizar a comercialização. “Hoje as trades fazem a troca, mas pedem mais garantias. Além da CPR financeira, em que o agricultor se compromete a entregar 45 sacas, ele já fica com toda a safra travada”, explicou.
Apesar das dificuldades, o presidente acredita que as tradings continuarão tendo papel decisivo. “A trade vai seguir em um patamar parecido com o de outros anos para manter a nossa produção no Maranhão”, concluiu.


