Aliados do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) articulam sua nomeação em uma secretaria estadual como forma de garantir a permanência no mandato, mesmo residindo fora do país. A estratégia ganhou força com o fim oficial da licença do parlamentar, encerrada no domingo 20.
A proposta permitiria que ele continuasse licenciado com aval da Câmara dos Deputados. Nos bastidores, até mesmo correligionários de Eduardo têm demonstrado insatisfação com a ausência prolongada do deputado. Apesar disso, o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante, afirmou que o partido trabalha para mantê-lo no cargo até o fim da legislatura.
+ Leia mais notícias de Política em Oeste
A ideia inicial seria conseguir um cargo para o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro no governo de Santa Catarina, São Paulo ou Minas Gerais. Em SC, onde governa Jorginho Mello (PL), aliado próximo de Bolsonaro, a resistência seria, em tese, menor. Já em São Paulo, a articulação passa pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
O governador Romeu Zema (Novo), de MG, também teria sido sondado, mas não demonstrou interesse na proposta. Uma eventual nomeação exigiria explicações ao eleitorado sobre o pagamento de salário a um político que vive fora do Brasil.
Eduardo Bolsonaro pode ir para secretaria no RJ
De acordo com informações do jornal Folha de SPaulo, e confirmadas por Oeste com uma fonte de Brasília próxima à família Bolsonaro , o governador que demonstrou maior abertura para a negociação foi o do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL). Uma forma de nomear Eduardo seria criando uma secretaria especial nos EUA.


A nomeação do deputado em um cargo estadual poderia, então, ser usada para uma nova licença da Câmara. Com isso, Eduardo não perderia o mandato. Apesar disso, há riscos jurídicos no arranjo.
De acordo com a Folha, o governador deve tomar uma decisão ainda nesta terça-feira, 22. Ele precisa pesar os riscos e os benefícios da estratégiia, de olho nas eleições presidenciais de 2026.