O Instituto Butantan vai desenvolver e testar um medicamento à base de anticorpos monoclonais para combater o vírus Zika. A tecnologia está sob a licença da Universidade Rockefeller, dos Estados Unidos, que identificou um anticorpo humano com capacidade de neutralização eficaz. A ideia é aplicar o tratamento principalmente em grávidas e pessoas em situação de risco.
Segundo o diretor do Butantan, Esper Kallás, a produção farmacêutica dos anticorpos já está em curso. A testagem em laboratório e os bons resultados nos Estados Unidos permitiram ao instituto avançar assim com o projeto e iniciar da mesma forma os preparativos para estudos clínicos no Brasil.
Butantan: pesquisador brasileiro é autor da descoberta
A descoberta do anticorpo é de autoria do médico imunologista Michel Nussenzweig, professor da Universidade Rockefeller e investigador do Howard Hughes Medical Institute. Nascido no Brasil, ele isolou e testou desse modo diversos anticorpos, selecionando dois com forte ação neutralizante, inclusive em modelos animais.


A universidade norte-americana licenciou a tecnologia ao Butantan dentro de um programa que busca facilitar sobretudo o acesso a soluções para doenças infecciosas negligenciadas, como o Zika, priorizando impacto social e acesso equitativo.
Prevenção diante do risco de novos surtos
Para o Butantan, que está sob a gestão do governo do Estado de São Paulo, o desenvolvimento do medicamento é também uma medida preventiva. Em 2015, o Brasil declarou emergência em saúde pública depois do aumento de casos de Zika e de nascimentos com microcefalia. Entre 2015 e 2017, foram registrados 4.595 casos de malformação congênita, contra 6.267 em toda a década anterior.
O medicamento busca ampliar a resposta nacional diante de possíveis novos surtos do vírus, com foco especial na proteção de gestantes.
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