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Antonio Porto Gonçalves: ‘Crédito de carbono: uma riqueza não aproveitada’

(*) Antonio Carlos Porto Gonçalves

Uma das riquezas brasileiras importantes é a de que é um país ensolarado, muito ensolarado. Recebemos uma quantidade de radiação solar elevada, provavelmente a maior entre todos os países. Tal fato explica a importância da nossa produção agrícola: afinal, as plantas são uma forma de energia solar “empacotada” pela fotossíntese. Além do mais, a pujança de nossas matas implica um potencial enorme de produção de crédito carbono, que poderia ser comercializado para um mundo que queima petróleo e carvão nos seus automóveis, caminhões, navios, aviões, termoelétricas etc.

O Brasil poderia se tornar um grande produtor e exportador de crédito carbono, pois a transformação energética do mundo, com menos queima de petróleo e carvão, não é uma tarefa fácil nem rápida. Mas o que está acontecendo é a queima da nossa vegetação em grande escala, o que polui a atmosfera e é uma perda de riqueza.

Estima-se que a biomassa da Amazonia armazene carbono equivalente a 15 anos de emissões mundiais de CO2 | Foto: ShutterstockEstima-se que a biomassa da Amazonia armazene carbono equivalente a 15 anos de emissões mundiais de CO2 | Foto: Shutterstock
Estima-se que a biomassa da Amazonia armazene carbono equivalente a 15 anos de emissões mundiais de CO2 | Foto: Shutterstock

Como o Brasil poderia rentabilizar o crédito de carbono

A razão fundamental pela qual as matas e florestas públicas vêm sendo queimadas é a ausência de proprietários que cuidem delas. Como ninguém atua efetivamente como dono, essas matas costumam ter o destino dos vira-latas sem dono: magros e doentios. No caso das propriedades privadas, a manutenção da mata não é, para seus proprietários, uma fonte de riqueza, o que poderia ocorrer se comercializassem o crédito carbono correspondente. Há também terras já desflorestadas, pastos degradados, os quais, no entanto, continuam recebendo energia solar intensamente. Seu reflorestamento, para a produção de crédito carbono, seria uma fonte de produção, emprego e renda para os brasileiros.

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As autoridades ambientais brasileiras deveriam se engajar ativamente em promover a produção de crédito carbono, pois é um produto no qual o Brasil tem claras vantagens comparativas e com mercado em expansão. Em vez de serem vistas como obstáculos para a produção em geral, elas deveriam ser incentivadoras da produção de crédito carbono. A possível criação de uma nova autoridade ambiental independente no país poderia ser um sucesso caso se dedicasse a incentivar essa produção via recuperação e replantio de terras degradadas, contratação de gestores para cuidar das terras públicas e apoio aos mercados de crédito carbono para facilitar seu desenvolvimento. O Brasil deveria ser líder deste tipo de produção. Caso contrário, a nova autoridade ambiental será apenas mais uma camada de burocracia a aumentar o gasto público e o custo Brasil.

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Antonio Carlos Porto Gonçalves é conselheiro superior do Instituto Liberal, graduado em engenharia industrial e metalúrgica pelo Instituto Militar de Engenharia e doutor em economia pela Universidade de Chicago

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