Antonio Tabet, humorista do Porta dos Fundos, negou que haja um “racha” na equipe, mas admitiu que os membros “não são todos amigos”. “É um grupo heterogêneo, no qual não somos todos exatamente amigos, mas sócios”, disse ele, em entrevista à revista Veja.
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“Racha não houve”, garantiu o comediante. “Evidentemente, temos visões distintas de mundo, de negócios e até de humor. É uma união de 12 anos, o que já seria tempo demais para um relacionamento, imagina para uma sociedade.”
Tabet também refletiu sobre sua carreira e as piadas que fez no passado. “Ao longo do tempo, fui aprendendo, ouvindo, me dando conta do que não é apropriado”, analisou. “Lá atrás, fiz piadas com políticos, apresentadores e participantes de reality shows que falavam errado. Não faço mais. O Brasil é um país com uma deficiência de educação enorme, um assunto sério.”
Visão de Tabet sobre críticas do “politicamente correto” ao Porta dos Fundos
Em relação ao politicamente correto, Tabet defendeu a ideia, mas criticou o que chama de “patrulha” do humor.
“Cresci nos anos 1980, época em que era normal fazer piadas racistas, mas o politicamente correto surgiu como uma depuração, para que se entenda o que ofende e faz o outro sofrer”, analisou.
Segundo o ator, o problema é que, em meio ao caldo da polarização, certos segmentos mais progressistas, sem qualificação, se acham no direito de encabeçar uma “patrulha ostensiva”.
“A patrulha desqualificada põe a comédia na mira e não aponta o dedo para os políticos”, exemplificou. “Mas a onda do politicamente correto é positiva. Ela obriga os profissionais a se debruçar sobre um humor mais inteligente.”
Críticas da esquerda e direita
Tabet observou que tanto a esquerda quanto a direita criticam seu humor: “O fanatismo e a estupidez estão dos dois lados”.
Segundo Tabet, a diferença entre os dois lados é que na “extrema-direita” há um “DNA mais radical, de partir para a violência armada”. “É algo que não consigo detectar na extrema-esquerda.”
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