O agronegócio brasileiro é o foco central do ataque de Trump ao Brasil. Os demais argumentos não passam de cortinas de fumaça. O Brasil significa hoje no planeta Terra o mais estratégico país, com dimensões continentais e, atenção, dentro da faixa tropical do mundo, do trópico de Câncer ao de Capricórnio, com tecnologia, recursos humanos, riquezas naturais únicas além do gigantesco talento de agronegócio.
Portanto, além dos recursos naturais tão já decantados e cantados na letra do nosso hino, fizemos na superfície das desejadas “terras raras” uma construção de solos que permitiram um gigantesco patrimônio tropical no campo dos alimentos, energia, fibras, meio ambiente e evolução social onde o cooperativismo brasileiro é exemplar em todo esse “cinturão tropical mundial”.
Numa tradução veloz, o Brasil se tornou nos últimos 60 anos num pós-emergente campeão competitivo na segurança estratégica de todos os demais blocos geopolíticos globais. Com mais de 100 milhões de hectares de áreas de pastagens para serem incorporados numa extraordinária inovação nacional de ILPF, com vitórias fantásticas da pesquisa como a doutora Mariângela Hungria, da Embrapa, nos representa com seu prêmio mundial de fixação de nitrogênio no solo a partir de micronutrientes que receberá em outubro nos próprios Estados Unidos, e com uma sociedade tropical, mistura de todos os povos do mundo.
O Brasil significa um gigantesco concorrente para o maior país agrícola comercial do planeta, o norte-americano, porém um excelente parceiro para o sistema agroindustrial dos Estados Unidos. E, lógico, os eleitores agricultores de Trump não gostam nada de ver o maior cliente do mundo, a China, preferindo o fornecedor brasileiro.
Dessa forma, além do tarifaço megaestardalhaço digno de uma ficção científica hollywoodiana, emite investigação contra nosso etanol e desmatamento, com objetivo claro de atacar a qualidade da originação brasileira, provocando uma imagem de destruidores de florestas naturais. E continua sua incansável bateria de mísseis e drones anti-Brasil, afirmando que a China precisará comprar quatro vezes mais soja dos Estados Unidos, nos “acordos” que pretende “firmar”, onde a credibilidade e a sua confiança como “comerciante” acabaram.
A iniciativa privada brasileira tem agora um papel estratégico único, reunida com a diplomacia consciente brasileira, para escaparmos de visões ultrapassadas ideológicas, e fugirmos de guerras políticas. É essencial atuarmos com a plena convicção de que Trump passará, como tudo passa, e que nossas relações com o povo, a nação, e os negócios norte-americanos serão restaurados, regenerados, e muito maiores ainda, não tenho dúvida. Que neste meio do furacão e sob as ondas desse tsunami “trumpeano” possamos ter equilíbrio e visão de médio e longo prazos. Devemos manter e crescer relações com os blocos asiáticos, europeus, latino-americanos, africanos, Oriente Médio, enfim, do mundo, mas preservando os Estados Unidos da América, porque os países são maiores do que seus passageiros presidentes e principalmente do que suas facções político partidárias e egológicas.
Vamos superar. Sociedade civil organizada é hora de atuar, como o exemplo do Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé) agindo na promoção de um evento internacional dia 1º de outubro, Dia Internacional do Café, na Europa, para o mundo todo. Parabéns!


*José Luiz Tejon é jornalista e publicitário, doutor em Educação pela Universidad de La Empresa/Uruguai e mestre em Educação Arte e História da Cultura pela Universidade Mackenzie.
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