O governo da Argentina confirmou, nesta quinta-feira, 14, que o número de mortes provocadas por fentanil contaminado chegou a 100. A atualização eleva o dado oficial de 87 óbitos, registrado no dia anterior, e ocorre em meio à ampliação das investigações sobre a origem do medicamento adulterado.
A Casa Rosada indica o laboratório HLB Pharma Group S.A. como responsável pela produção do lote contaminado. O proprietário da empresa, Ariel Garcia Furfaro, nega envolvimento.
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A Justiça afirma que as bactérias Klebsiella pneumoniae e Ralstonia pickettii infectaram o fentanil e provocaram um surto infeccioso com desfecho fatal. O juiz do caso, Ernesto Kreplak, informou que hospitais das províncias de Santa Fé, Formosa, Córdoba e da capital, Buenos Aires, registraram ocorrências.
Relatórios judiciais apontam, que pelo menos cinco lotes do opioide apresentaram contaminação, com distribuição confirmada em oito unidades de saúde. As autoridades também analisam prontuários de cerca de 200 hospitais. Até o momento, 24 pessoas tiveram bens apreendidos, mas não houve prisões.


Javier Milei vincula caso do fentanil ao kirchnerismo
O governo afirma que a Administração Nacional de Medicamentos, Alimentos e Tecnologia Médica desativou a linha de produção do laboratório três meses antes da primeira morte registrada. O órgão tomou a medida antes da inspeção que identificou irregularidades sanitárias.
Furfaro sustenta que o episódio foi “armação da mídia” e alega que as vítimas estavam infectadas por outras bactérias, consideradas mais perigosas. Em entrevista ao jornal Clarín, o empresário responsabilizou um ex-sócio pela denúncia.
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Durante um ato em La Plata, o presidente Javier Milei vinculou o caso ao kirchnerismo e acusou aliados da ex-presidente Cristina Kirchner de protegerem o dono do laboratório.
Ele defendeu a prisão do empresário e, em discurso inflamado, afirmou que apoiadores da oposição sofrem de “parasitas mentais”, pedindo mobilização para as eleições legislativas de outubro.