John Arias vai deixar o Fluminense para jogar no Wolverhampton, da Inglaterra, oficializou o clube nesta sexta-feira (18). O negócio foi fechado em 22 milhões de euros por 90% dos direitos do colombiano.

Desse montante, o clube carioca vai embolsar 16 milhões (R$ 105 milhões) e ainda manterá 10% dos direitos sobre uma venda futura, enquanto o Patriotas, da Colômbia, ficará com 6 milhões (R$ 38 milhões).

O sonho de atuar na Europa é antigo para Arias. Seu empresário, Gianfranco Petruzziello, inclusive, revelou à ESPN em 2024 que tinha acordo com o presidente Mário Bittencourt para que o jogador fosse vendido – o Fluminense, contudo, entendeu não ter recebido nenhuma proposta à altura para isso.

O Mundial de Clubes, porém, acabou influenciando. Arias foi o maior destaque em campo da campanha que levou o Fluminense até a semifinal, perdendo apenas para o campeão Chelsea.

Em quatro anos nas Laranjeiras, foram 230 jogos para Arias, com 47 gols e 55 assistências.

Passagem de Arias pelo Fluminense

Antes de ser o principal jogador do Fluminense e um dos líderes do time junto a veteranos como o goleiro Fábio e o zagueiro Thiago Silva, Jhon Arias demorou a deslanchar. Em seu primeiro ano com a camisa tricolor, marcou somente um gol e deu três assistências em 21 jogos, começando como reserva na maioria deles.

Em 2022, Arias assumiu a titularidade e não largou mais, mostrando, enfim, seu talento. Naquela temporada, o atacante marcou 16 gols e deu 17 assistências em um total de 62 jogos, dos quais só não foi parte dos iniciais em 11 oportunidades, a maioria delas no Campeonato Carioca.

O Fluminense e o colombiano viveram um momento especial em 2023 com a “glória eterna”. O tricolor conquistou naquele ano o título inédito da Libertadores, e o meia-atacante foi protagonista. Na fase de grupos, destacou-se ao marcar dois gols na goleada de 5 a 1 sobre o River Plate e atuar durante todos os 120 minutos da decisão contra o Boca Juniors.

E quando parecia ter chegado ao “limite” do que podia conquistar, Arias seguiu entregando. Em 2024, marcou os dois gols da vitória do Fluminense por 2 a 0 sobre a LDU na segunda partida da final da CONMEBOL Recopa e ajudou sua equipe a reverter a desvantagem de ter perdido o primeiro jogo por 1 a 0.

Apesar de consagrado na América do Sul e muito conhecido no Brasil, faltava ainda o reconhecimento em outros continentes, e ele chegou em 2025: Arias e o Fluminense fizeram campanha histórica no Mundial de Clubes da Fifa.

Depois de ter ‘infernizado’ a zaga do Borussia Dortmund no empate em 0 a 0, mas com amplo domínio do tricolor carioca, o colombiano cravou um golaço de falta contra o Ulsan e deu uma assistência na heroica vitória por 4 a 2 sobre os sul-coreanos, que encaminhou a classificação às oitavas de final.

No mata-mata, foi de novo um dos melhores em campo no confronto com a Inter de Milão, mais recente vice-campeã da Champions League, em que o Fluminense se impôs e derrotou o clube italiano por 2 a 0; na sequência, triunfo de 2 a 1 sobre o Al Hilal, que eliminou o Manchester City, e queda somente para o Chelsea. Precisou o campeão do torneio para ‘brecar’ Arias e seus companheiros.

No final de junho, o jornal espanhol AS classificou o ponta como “um dos mais brilhantes” do Mundial. E o mesmo veículo já havia “se assustado” com ele no jogo com o Borussia Dortmund. Era natural que o mercado europeu, que já estava de olho em 2024, ficasse cada vez mais em cima dele.

Focado somente na campanha do Fluminense, Arias sempre despistava quaisquer especulações sobre seu futuro. Com o fim da competição e abertura da janela de transferências no velho continente, ficou mais difícil segurá-lo por mais tempo no Brasil. Ele deve rumar agora ao Wolverhampton, da Inglaterra, para começar um novo capítulo em sua carreira, na Premier League.

(* Com informações de Rob Dawson)