O campeão foi o Chelsea. Apesar de vice, o PSG brilhou com atuações impressionantes. Fora da Europa, o Al Hilal conseguiu a proeza de parar Real Madrid e Manchester City. Mas, dentro do Mundial de Clubes, ninguém chamou mais atenção de um dos principais técnicos do mundo que os brasileiros.
Em entrevista exclusiva à ESPN, Mikel Arteta, espanhol que mudou o Arsenal de patamar desde que assumiu, em dezembro de 2019, fez diversos elogios às participações de Botafogo, Flamengo, Fluminense e Palmeiras no Mundial da Fifa disputado nos Estados Unidos, entre junho e julho.
“Foram as equipes que mais me surpreenderam e positivamente, porque afinal vemos pouco futebol brasileiro por tudo que temos aqui na Europa também”, exaltou o treinador, que, sem a participação do Arsenal, acompanhou o torneio apenas como espectador.
De longe, Arteta viu um pouco do que as equipes daqui são capazes. Botafogo e Flamengo pararam nas oitavas de final, mas voltaram para casa com vitórias sobre os finalistas PSG e Chelsea, respectivamente. Palmeiras e Fluminense foram mais longe e saíram apenas pelas mãos e pés do time inglês, que ficou com o título mundial.
“Se tivesse que destacar duas coisas, uma seria a competitividade das equipes, com a qualidade individual, e outra seria a fluidez e a personalidade, com a dinâmica que jogaram”, elogiou o comandante dos Gunners.
Mas o Mundial não ofereceu só novidades a Arteta. Ao assistir às partidas do Flamengo, o técnico reviu Jorginho, que foi seu jogador por duas temporadas e meia até decidir jogar pela primeira vez no futebol brasileiro.
À ESPN, Arteta relembrou as conversas que teve com o volante até chegar o convite do Flamengo e disse o que pesou para que ele não ficasse em Londres.
“Tivemos várias conversas para entender até onde queríamos caminhar juntos ou não. Ele tinha muito clara a vontade de terminar a carreira no Brasil, estava esperando uma oportunidade. Quando apareceu, eu o vi muito convicto, em todos os níveis”, afirmou o espanhol, que só tem elogios ao novo maestro flamenguista.
“Primeiro a nível pessoal, com a família, e depois no profissional, de voltar e competir no país que nasceu, de competir nesta liga. Para mim foi uma honra tê-lo aqui, aproveitei ao máximo o dia a dia com ele, não apenas como jogador, mas também como pessoa, como líder. Desejo a ele tudo de melhor”.
Mas será que perder um jogador importante para uma equipe da América do Sul assusta do ponto de vista europeu? Apesar de dirigir um dos times que mais investe em jogadores no momento, Arteta garante que não é uma surpresa.
“Estamos vendo que [os clubes do Brasil] estão muito fortes. Temos percebido pelas contratações que têm feito. É uma liga que está investindo e que também é muito forte. A participação no Mundial deu essa dimensão a toda a Europa de qual a realidade do Brasil e o que tem sido feito por aí”.