Em artigo na edição 279 da Revista Oeste, o jornalista J. R. Guzzo acusa o governo Lula da Silva de iniciar, sem consulta à sociedade e sem nenhum plano, uma “briga insana” com os Estados Unidos. Do mesmo modo, atribui ao petista a culpa de, principalmente, ter conduzido o país a um dos momentos mais vexatórios de sua política externa.

Sob o título “A briga do boçal-raiz”, Guzzo descreve Lula como um chefe de Estado sobretudo irresponsável, movido por ideologia e vaidade, que “resolveu se exibir como o grande inimigo mundial da potência número 1 do planeta” sem saber por quê, nem para quê. Segundo ele, a ofensiva contra Washington foi tão desastrosa quanto inútil: “Desafiou o Mike Tyson e só percebeu quem era o adversário quando levou o primeiro gancho no fígado”.

Artigo destaca uma diplomacia nula

O texto afirma do mesmo modo que o governo Lula mergulhou de cabeça em um confronto que não tem como vencer. Guzzo critica assim a completa ausência de projeto, metas ou interlocutores capacitados. “Fala que ‘tem de negociar’, mas não tem nada a oferecer. Não tem sequer um negociador”, escreve. A embaixadora brasileira nos Estados Unidos é classificada como “uma nulidade” e, segundo o jornalista, não tem dessa forma acesso a nenhuma autoridade relevante em Washington.

Guzzo diz ainda que o Brasil, sob Lula, rompeu laços com o principal parceiro global e hoje ocupa espaço apenas em nações periféricas. “Dois anos e meio de governo Lula-STF levaram o Brasil a estar com o maior cartaz na Tanzânia ou na ‘Palestina’, e ser um zé-mané na capital do mundo”, resume.

A crítica atinge também o entorno do presidente. A ideia de escalar o vice-presidente Geraldo Alckmin para tentar desfazer a confusão com os norte-americanos é tratada como piada por Guzzo: “Ele não tem condições de negociar um contrato de aluguel em Pindamonhangaba”.

Para o jornalista, Lula colocou o Brasil numa crise internacional desnecessária e agora não sabe como recuar. “Criou uma briga da qual não tem nada a ganhar, que não tem como levar adiante e da qual agora não sabe sair”, afirma. O resultado, segundo ele, é um governo que bate no peito como valente, mas acaba “pedindo acordo como um pobre orgulhoso que não pode pagar nem a Justiça gratuita”.

Leia um trecho abaixo

“Seria a mais notável realização de Lula em seus três governos — fazer empresas americanas saírem do Brasil, em vez de entrarem. É pura e simples criação de problema onde há solução. Operam hoje no Brasil cerca de 4,5 mil empresas americanas, com investimento aproximado de US$ 350 bilhões e empregos para 500 mil brasileiros — em geral, nas faixas mais altas da escala de remuneração. É esse o inimigo a ser hostilizado? Onde Lula vai arrumar investimentos de US$ 350 bi para substituir os americanos? Na Venezuela da Refinaria Abreu e Lima?”

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Revista Oeste

A Edição 279 da Revista Oeste vai além do texto de J. R. Guzzo. A publicação digital conta com reportagens especiais e artigos de Augusto Nunes, Alexandre Garcia, Adalberto Piotto, Ana Paula Henkel, Artur Piva, Carlo Cauti, Daniela Giorno, Dagomir Marquezi, Eugênio Goussinsky, Fábio Bouéri, Flávio Gordon, Guilherme Fiuza, Miriam Sanger, Rodrigo Constantino, Silvio Navarro, Theodore Dalrymple e Tom Slater.

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