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Ataques com drones russos matam 10 civis na Ucrânia

Horas antes de um encontro decisivo em Washington, dez pessoas perderam a vida devido a ataques com drones russos em Kharkiv, Zaporíjia, Sumy e Odessa, segundo autoridades da Ucrânia nesta segunda-feira, 18.

O episódio ampliou a tensão no momento em que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, se preparava para dialogar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o futuro do conflito com a Rússia.

Zelensky criticou a ofensiva, destacando que ela ocorreu apenas três dias depois da reunião entre Trump e o presidente russo, Vladimir Putin. Ele classificou o ataque como uma demonstração de “cinismo” por parte de Moscou diante dos esforços diplomáticos para encerrar a guerra.

“A máquina de guerra russa continua destruindo vidas apesar de tudo”, afirmou Zelensky no X. “Putin cometerá assassinatos demonstrativos para manter a pressão sobre a Ucrânia e a Europa, bem como para humilhar os esforços diplomáticos”.

Vítimas e consequências dos ataques na Ucrânia

Entre as vítimas da ação em Kharkiv, estavam uma menina de um ano e meio e um adolescente de dezesseis anos. Segundo o governador Oleh Synehubov, 20 pessoas ficaram feridas, das quais seis adolescentes tinham entre seis e 17 anos. O ataque atingiu áreas residenciais da capital regional, elevando o grau de alerta entre a população.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, também se manifestou na rede social X, afirmando: “Apesar de todos os esforços de diplomacia e paz, a Rússia continua matando civis. A Rússia é uma máquina de guerra assassina que a Ucrânia está controlando. E ela precisa ser detida por meio da união e da pressão transatlânticas”.

Kharkiv, segunda maior cidade ucraniana e situada próxima à fronteira russa, é frequentemente alvo desde o início do conflito. No domingo 17, um míssil balístico danificou janelas de prédios residenciais e levou parte dos moradores a deixarem suas casas, agravando o clima de insegurança na região.

Informações da Força Aérea da Ucrânia mostram que 140 drones e quatro mísseis russos foram lançados durante a madrugada desta segunda-feira. O exército ucraniano afirmou ter interceptado 88 drones, mas os demais atingiram 25 localidades. O número de drones utilizados representa o maior ataque desse tipo desde quatro de agosto.

Segundo a Missão de Observação sobre os Direitos Humanos da ONU na Ucrânia, mais de 13 mil civis morreram desde o início da invasão, em fevereiro de 2022, sob comando de Vladimir Putin. Moscou nega ter como alvo deliberado a população civil.

Tensões diplomáticas e expectativas para o encontro em Washington

O presidente dos EUA, Donald Trump, se encontra com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, na Casa Branca - 28/2/2025 | Foto: Brian Snyder/ReutersO presidente dos EUA, Donald Trump, se encontra com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, na Casa Branca - 28/2/2025 | Foto: Brian Snyder/Reuters
O presidente dos EUA, Donald Trump, se encontra com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, na Casa Branca – 28/2/2025 | Foto: Brian Snyder/Reuters

O ataque ocorreu enquanto Zelensky se preparava para a reunião desta segunda-feira, 18, na Casa Branca, onde será acompanhado por outros líderes europeus em busca de avanços para uma solução do conflito. O encontro reúne representantes de Reino Unido, Finlândia, França, Alemanha, Itália, União Europeia e Otan, diante do temor de que Trump pressione Kiev para um acordo favorável à Rússia.

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Na véspera da reunião, Trump elevou a pressão ao afirmar que Zelensky poderia encerrar o conflito “quase imediatamente” se quisesse. O líder americano também rejeitou a possibilidade de ingresso da Ucrânia na Otan e a retomada da Crimeia, tomada pela Rússia em 2014, como parte de um pacto de paz.

A última visita de Zelensky à Casa Branca, no fim de fevereiro, foi marcada por tensão. Na ocasião, Trump e seu vice, J.D. Vance, repreenderam publicamente o presidente ucraniano, afirmando que ele deveria ser “grato” e que “não tem as cartas” sem o apoio de Washington.

Leia também: “A cavalaria chegou”, artigo de Ana Paula Henkel na Edição 283 da Revista Oeste


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