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Atos por eleições antecipadas na Sérvia terminam em confronto

Milhares de pessoas tomaram as ruas de Belgrado e de diversas outras cidades da Sérvia no sábado 28, exigindo a antecipação das eleições legislativas, em um dos maiores protestos populares do país em 2025. A mobilização, liderada por estudantes, já dura mais de sete meses e tem ampliado a pressão sobre o governo do presidente Aleksandar Vucic.

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Na capital, manifestantes ergueram bandeiras e cartazes com nomes de cidades da Sérvia, entoando gritos por um novo pleito. Em entrevista a AFP, uma estudante, que pediu anonimato, disse:

“As eleições são uma saída clara para a crise social causada pelas ações do governo, que são, sem dúvida, contrárias aos interesses do seu próprio povo. Hoje, 28 de junho de 2025, declaramos as autoridades atuais ilegítimas”.

Confrontos nas manifestações da Sérvia

A polícia estimou em 36 mil o número de participantes. No entanto, imagens aéreas e cálculos de uma organização independente apontaram mais de 140 mil pessoas, número inferior apenas ao mega protesto de 15 de março, que reuniu cerca de 300 mil.

Ao final do ato, confrontos marcaram a dispersão. Manifestantes lançaram ovos e garrafas plásticas contra a polícia de choque, que bloqueava o acesso a um parque central ocupado há meses por apoiadores de Vucic. Em resposta, agentes utilizaram gás lacrimogêneo e granadas de efeito moral.

Pelo menos seis policiais e um número não revelado de civis ficaram feridos. Um agente aparece ensanguentado em vídeos compartilhados nas redes. Detidos foram algemados e levados sob custódia.

O ministro do Interior, Ivica Dacic, acusou os manifestantes de agredirem policiais e justificou a ação das forças de segurança como “necessária para restaurar a ordem pública”.

Tensão no Parlamento

A crise política se intensificou no último dia 4 de junho, quando tumultos violentos tomaram o parlamento sérvio. Durante votação de um projeto de aumento do orçamento universitário, opositores acusaram o governo de tentar incluir medidas de forma irregular.

A sessão foi interrompida depois do uso de sinalizadores, bombas de fumaça e confrontos físicos no plenário. Vídeos mostram cenas de caos dentro do parlamento, com arremessos de ovos e garrafas d’água. Ao menos três parlamentares ficaram feridos, entre eles Jasmina Obradovic, levada ao hospital.

Do lado de fora, centenas de manifestantes apoiavam a oposição com cartazes que diziam: “A Sérvia se levantou para que o regime caia!”.

A presidente da Casa, Ana Brnabic, chamou os opositores de “gangue terrorista”, enquanto o ministro da Defesa, Bratislav Gasic, acusou os parlamentares críticos do governo de “vandalismo político”.

Depois de visitar Obradovic no hospital, o presidente Vucic publicou em rede social: “Jasmina vencerá. A Sérvia vencerá.”


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