
No Diário da COP30, quadro do Canal Rural veiculado diretamente da AgriZone, espaço na Cúpula dedicado a soluções agropecuárias sustentáveis, o secretário executivo do Consórcio Amazônia Legal (CAL), Marcelo Brito, considerou que o evento serviu para o mundo finalmente enxergar que a agricultura é uma ferramenta de solução climática e não um problema.
Para ele, desde que se aplique boas práticas ambientais no campo, embasadas na ciência trazida pela Embrapa e demais instituições de pesquisa, o produtor rural se transforma em agente de combate às mudanças climáticas.
Contudo, como ponto negativo do encontro sediado em Belém, Brito criticou a ausência do ministro da Agricultura (Mapa), Carlos Fávaro, em dias focados na negociação entre as partes.
“Lamento apenas que o governo, na figura do ministro da Agricultura, não tenha participado tanto da COP30. Senti muita falta do ministro da Agricultura na semana passada porque foi quando estavam presentes os presidentes, ministros e CEOs de grandes empresas, ou seja, os donos da política e do capital mundial estavam presentes e a ausência do Fávaro foi uma oportunidade perdida, mas é possível revertê-la”, ressaltou.
Apesar disso, o secretário executivo disse que o saldo para o setor superou as expectativas. “Diziam que a COP30 seria um tiro no pé do agro brasileiro, mas o Brasil conseguiu mostrar a qualidade e competência desse setor essencial à nossa economia para mais de 160 países de uma só vez”, destacou.
Para ele, nunca se falou tanto da Amazônia como nos dois últimos anos que antecederam a COP30. “O principal legado [da Cúpula] é a sociedade ter inserido a Amazônia no Brasil e o Brasil na Amazônia.”
Mediando o encontro, o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues enfatizou que nas COPs anteriores o agronegócio era um elemento secundário, mas nesta edição foi o protagonista. Em complemento, o diretor da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), José Carlos Fonseca, afirmou que no passado, em muitas ocasiões, o agro se escondia das discussões ambientais.
“Isso acontecia por vontade própria ou pelo setor ser cobrado de maneira excessivamente rigorosa, mas, dessa vez, viemos assumir a dianteira, mostrar a cara”, disse.
*O Canal Rural entrou em contato com o Mapa para responder à crítica sobre a ausência de Fávaro na COP30 semana passada, mas ainda não obteve retorno. O espaço segue aberto.


