Nesta segunda-feira (25), o Palácio Iguaçu, em Curitiba, foi palco da cerimônia de entrega do 37º Prêmio Paranaense de Ciência e Tecnologia, que neste ano contemplou seis pesquisadores das áreas de Engenharias e Ciências Biológicas, entre professores universitários e estudantes de graduação. Também foram premiados um inventor independente e dois jornalistas com reportagens pautadas na comunicação pública da ciência.
A iniciativa é da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) e reforça o compromisso do Estado com o fomento ao desenvolvimento científico e tecnológico, promovendo a inovação e a geração de conhecimento. Ao todo, foram nove premiações, somando R$ 213.700, com valores individuais entre R$ 12.100 e R$ 36.400. Os recursos são do Fundo Paraná de Ciência e Tecnologia, administrado pela Seti.
A premiação contempla cinco categorias e duas áreas do conhecimento, alternadas anualmente. Os trabalhos são avaliados por uma comissão julgadora formada por profissionais, pesquisadores e especialistas de outros estados do Brasil. O objetivo é reconhecer e estimular a produção científica, tecnológica e de extensão, valorizando a atuação de pesquisadores. Nesta 37ª edição, foram 90 inscrições, sendo 62 homologadas, em conformidade com o edital de chamada pública.
O secretário estadual da Ciência e Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Nelson Bona, destaca a importância de que os ativos científicos e tecnológicos do Paraná atendam demandas atuais. “Temos um sistema de ciência e tecnologia robusto, que cada vez mais estreita relações com a sociedade, a partir da produção de um conhecimento aplicado, que contribui para o desenvolvimento do Estado e que gera crescimento socioeconômico, trabalho e renda”, afirma.
MODALIDADES ACADÊMICAS – Na área das Ciências Biológicas, o professor Waldiceu Aparecido Verri Junior, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), venceu a premiação na categoria Pesquisador. Doutor em Farmacologia, ele desenvolveu um estudo relacionado a fármacos capazes de reduzir a dor e a inflamação causadas pela artrite, doença inflamatória que afeta as articulações.
O premiado ressalta a importância do investimento em ciência para fomentar a inovação. “Os pesquisadores são responsáveis pelas descobertas científicas e, consequentemente, pela inovação, tanto nas chamadas pesquisas básicas, em que são propostos os novos conceitos, quanto nas pesquisas aplicadas, que são voltadas para o atendimento de demandas específicas”, explica Waldiceu Verri.
“É necessário investir na formação desses profissionais e na infraestrutura de pesquisa como um todo”, reforça.
Na área de Engenharias, o vencedor dessa categoria foi o professor Mauro Antonio da Silva Sá Ravagnani, da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Doutor em Engenharia Química, o docente concorreu com uma pesquisa que propõe otimizar a produção de eletricidade e etanol de segunda geração, a partir da cana-de-açúcar. Os dois premiados receberam R$ 36.400, cada.
Na categoria Pesquisador-Extensionista, a professora Daniela Biondi Batista, professora da Universidade Estadual do Paraná (UFPR), conquistou o prêmio na área das Engenharias. Doutora em Engenharia Florestal, ela realiza um projeto de extensão que promove atividades de educação ambiental para estudantes de escolas do ensino básico e fundamental, na Região Metropolitana de Curitiba. Entre os anos de 2006 e 2022, a ação atendeu mais de 6.800 alunos.
A docente comenta a importância da extensão universitária para o desenvolvimento regional sustentável. “A extensão aproxima a universidade e a sociedade, disseminando os conhecimentos produzidos pelas pesquisas para além de suas respectivas áreas, favorecendo que essas informações promovam mudanças na realidade, considerando a contribuição de saberes populares no processo”, pontua.
Carolina Panis, professora da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), câmpus de Francisco Beltrão, levou o prêmio na mesma categoria, na área de Ciências Biológicas. Doutora em Patologia Experimental, ela realiza um projeto de conscientização para mulheres produtoras rurais sobre a contaminação por defensivos agrícolas. As duas premiadas receberam R$ 36.400, cada.
Na categoria Estudante de Graduação, os universitários Murilo Galvani Machado e Aglailton de Oliveira Magalhães conquistaram a premiação nas áreas de Ciências Biológicas e Engenharias, respectivamente. O primeiro é aluno de Medicina da Unioeste, câmpus de Francisco Beltrão, e o outro da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), câmpus de Guarapuava. Cada um recebeu R$ 12.100.
Murilo Machado desenvolveu uma pesquisa que analisa a relação entre a contaminação da água potável com defensivos agrícolas e o câncer de mama.
Aglailton Magalhães inscreveu um estudo sobre a implementação das unidades do Escritório de Projetos Executivos de Engenharia e Arquitetura (Projetek) nas universidades estaduais. O Projetek é uma estratégia idealizada e coordenada pela Seti para atender municípios paranaenses de pequeno porte na elaboração de projetos de obras públicas.
EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO – O engenheiro Paulo Cesar Duarte Junior conquistou o 37º Prêmio Paranaense de Ciência e Tecnologia na categoria Inventor Independente. Doutor em Engenharia Civil com ênfase em Bioengenharia pela UEL, ele desenvolveu um método para planejar e otimizar cirurgias em pacientes com doenças cardíacas causadas por anomalias.
A inovação consiste em simulações e previsões computacionais que podem evitar possíveis complicações pós-operatórias. O prêmio dessa modalidade é de R$ 14.500.
Nesta edição, a categoria Inventor Independente teve apenas um vencedor devido à falta de inscrições de projetos em Ciências Biológicas.
JORNALISMO CIENTÍFICO – No campo das Ciências Biológicas, o jornalista Celso Felizardo Junior, da Folha de Londrina, venceu a premiação com uma sobre uma pesquisa da UEL relacionada aos macacos-prego do Parque Arthur Thomas, em Londrina, na região Norte do Estado.
A jornalista Mauren Luc, do jornal Bem Paraná, levou o prêmio na área de Engenharias, com uma matéria sobre pesquisas científicas no campo da tecnologia assistiva, que viabilizam soluções para autonomia, acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência. As duas receberam R$ 14.500.
EDIÇÃO 2025 – Durante a cerimônia, o secretário Aldo Bona assinou o documento de autorização para a realização da 38ª edição do Prêmio Paranaense de Ciência e Tecnologia, cujo edital será publicado ainda neste ano. Em 2025, concorrerão trabalhos nas áreas de Ciências da Saúde e Ciências Exatas e da Terra.
Poderão ser inscritos trabalhos dos seguintes campos da Saúde: Medicina, Nutrição, Odontologia, Farmácia, Enfermagem, Saúde Coletiva, Educação Física, Fonoaudiologia, Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Na área das Ciências Exatas e da Terra, poderão ser submetidos trabalhos dos seguintes campos: Matemática, Probabilidade e Estatística, Ciência da Computação, Astronomia, Física, Química e Geociências e Oceanografia.
PRESENÇAS – A cerimônia de entrega da premiação contou com a participação do secretário estadual Alex Canziani (Inovação, Modernização e Transformação Digital); do deputado estadual Fabio Oliveira, que preside a Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep); e do vereador de Curitiba Jornalista Márcio Barros.
O evento também reuniu autoridades acadêmicas, como os reitores Marta Fávaro (UEL), Leandro Vanalli (UEM), Ricardo Fonseca (UFPR) e Rogério Renato Mateucci, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR); e os vice-reitores Gilmar Mello (Unioeste) e Carlos Fernandes, da Universidade Estadual do Paraná (Unespar); além da assessora de Desenvolvimento Estratégico da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Vanessa Ishikawa Rasoto.
Também estiveram presentes Celso Kloss, presidente do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar); João Carlos Gomes, presidente do Conselho Estadual de Educação do Paraná; Rafael Chinasso Fernandez Segura, presidente da E-Paraná Comunicação; e Mirian Simões, coordenadora de Desenvolvimento Profissional da Controladoria Geral do Estado do Paraná (CGE).